A posse de José Sarney em 15 de março de 1985, o primeiro civil a ocupar a Presidência da República após 21 anos de ditadura militar, marca o início da redemocratização de nosso país.
Ele assumiu o cargo de forma interina – por conta da doença de Tancredo Neves, que morreu pouco após ser eleito indiretamente para a Presidência – e deu início à transição do governo militar para a democracia. Este período político ficou marcado na história de nosso país, ocorrendo depois da campanha Diretas Já ter mobilizado os brasileiros entre 1883 e 1984 pela volta das eleições diretas para presidente e da democracia.
Recentemente, “Ainda Estou Aqui”, filme estrelado por Fernanda Torres e vencedor do Oscar, deu destaque aos horrores do governo militar ao retratar a luta da família Paiva.
São muitas as obras que retratam a ditadura militar e a luta pela redemocratização no Brasil, por isso a CNN listou 10 obras para conhecer mais a fundo o período.
Livros
1. “A noite da espera”, de Milton Hatoum

Primeiro volume da trilogia “O Lugar Mais Sombrio” (que ainda conta com apenas dois livros publicados), o romance retrata um grupo de jovens em Brasília durante os anos 1960 e 1970, vivendo sua formação sentimental, cultural e política em meio à ditadura.
2. “Vozes do Golpe”, de Moacyr Scliar, Zuenir Ventura e Luis Fernando Verissimo

O livro reúne dois relatos pessoais verídicos e duas histórias de ficção sobre o golpe militar de 1964. Os escritores narram os últimos momentos do governo de João Goulart no Brasil e como foi ver surgir e viver a ditadura.
3. “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva

Lançado em 1982, Marcelo Rubens Paiva narra nessa autobiografia sua experiência de se tornar tetraplégico após um acidente, enquanto aborda temas como juventude, reabilitação, superação e reflexões sobre a vida.
4. “A Torre: O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”, de Luiza Villaméa

O livro conta a história das centenas de mulheres que participaram de organizações clandestinas durante a ditadura militar. Documentos e entrevistas narram a experiência de encarceramento na Torre, uma das alas do presídio Tiradentes, de São Paulo, que abrigava as presas por razões políticas da época.
Filmes
1. “Zuzu Angel” (2006)
O filme acompanha Zuzu Angel, estilista de moda brasileira que vivia o auge de sua carreira, até que seu filho Stuart desaparece após ser sequestrado pelos militares que estavam no governo.
2. “Pra Frente, Brasil” (1982)
Em 1970, o Brasil todo vibra com a Seleção na Copa do Mundo do México, enquanto militantes são torturados pela repressão oficial do governo. Jofre é trabalhador da classe média que evita se envolver com política, mas acaba preso e torturado ao ser confundido com um subversivo pelos militares.
3. “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006)
A vida de Mauro, um garoto de 12 anos, muda subitamente quando os pais saem de férias de forma inesperada. Os dois, na verdade, são militantes de esquerda e precisam deixar o país às pressas. Para isso, deixam o filho com seu avô paterno, que morre justamente no dia em que a criança chega à sua casa. Mauro acaba sendo acolhido pelo vizinho, um velho judeu solitário.
4. “8 Presidentes 1 Juramento – A História de um Tempo Presente” (2021)
O documentário retrata o período de redemocratização do Brasil após o fim da ditadura militar, desde o início do movimento Diretas Já até a história recente de nosso país. A produção se apoia em materiais de arquivo nacional e internacional.
5. “O Que É Isso, Companheiro?” (1997)
O filme, estrelado por Pedro Cardoso e Fernanda Torres, conta a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes de um grupo de guerrilha armada que lutava contra a ditadura militar.
6. “Cabra Marcado Para Morrer” (1984)
O longa documental conta a história de João Pedro Teixeira, um líder camponês paraibano que foi assassinado em 1962. As gravações tiveram início nos anos 1960, mas foram interrompidas por conta do golpe militar em 1964, já que parte da equipe foi presa como subversiva. O trabalho foi retomado 17 anos depois, ainda sob a ditadura, para recolher o depoimento dos camponeses que também sofriam com o regime.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br