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Erradicação de praga ajudou a transformar Santa Catarina em maior produtor de maçãs do país

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Estado foi certificado como zona livre de Cydia pomonella há 11 anos, graças a ações de sanidade vegetal desenvolvidas pela Cidasc, empresa pública ligada à Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. Foto: Alexandre Mees/Cidasc

Desde que foram plantadas na década de 1960, as macieiras mudaram a paisagem e também a economia de municípios catarinenses como São Joaquim e Fraiburgo, criando uma nova cadeia produtiva. A produção se desenvolveu de tal forma que hoje metade das maçãs exportadas pelo Brasil vem de Santa Catarina. 

O sucesso na produção da fruta se deve também a questões sanitárias. Em 7 de maio de 2014, o estado recebeu o certificado de zona livre de Cydia pomonella, uma praga que ataca as pomáceas, após quase duas décadas de trabalho da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Esta conquista é lembrada hoje, dentro das comemorações do Mês da Saúde Animal e Vegetal.

Em localidades em que a Cydia pomonella está presente, a produção de maçãs e peras é seriamente prejudicada: também conhecida como traça-da-maçã, a praga é uma mariposa que, na fase de larva, perfura as frutas para se alimentar. Estes orifícios podem permitir a entrada de outros microrganismos, prejudicando a qualidade das frutas. 

Por esta razão, assim que a presença da Cydia pomonella foi registrada em Santa Catarina, em 1993, a Cidasc iniciou o trabalho de monitoramento e ações de combate à praga. A engenheira-agrônoma Roberta Duarte Avila Vieira, responsável pelo Programa Estadual de Sanidade das Pomáceas, lembra que a erradicação foi possível com a adoção de medidas coordenadas para delimitar e conter o foco da praga. 

“Desde esta conquista, a Cidasc mantém medidas de proteção fitossanitária com objetivo de minimizar os riscos de reintrodução da praga e garantir a manutenção do status sanitário. Essa condição representa uma economia significativa para o setor produtivo, uma vez que se evita o uso intensivo de inseticidas e se reduz o custo de produção, além de contribuir para a preservação ambiental e da saúde pública”, explica a engenheira-agrônoma. 

As ações de sanidade vegetal destinadas à pomicultura não se limitam ao combate à traça-da-maçã. A Cidasc desenvolve outras, como a campanha Todos Contra o Cancro Europeu, que visa sensibilizar e orientar produtores e profissionais da área sobre prevenção e controle desta praga. O cancro europeu é provocado pelo fungo Neonectria ditissima, que atinge as partes lenhosas das macieiras, afetando a produção das frutas. 

Armadilhas foram utilizadas para monitorar a presença da mariposa. Foto: Ascom/Cidasc

“O cancro europeu foi detectado em SC em 2015 e ainda causa prejuízos na cadeia produtiva da maçã. No entanto, esta praga se encontra sob controle no estado, com baixos índices de incidência nos pomares, resultado das ações de defesa sanitária vegetal realizadas pela Cidasc. Este trabalho é feito em parceria com outras instituições como a Epagri, a Federação da Agricultura (Faesc), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), os responsáveis técnicos e os pomicultores, que são os principais interessados”, afirma Roberta Duarte Avila Vieira. 

Mais do que executar o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Cancro Europeu, a Cidasc adota medidas complementares, definidas no Programa Estadual de Mitigação de Risco do Cancro Europeu. Entre elas, está a obrigatoriedade de cadastro georreferenciado de todas as propriedades com cultivo comercial de maçã ou produção de mudas. A aquisição de mudas com certificado fitossanitário é essencial para evitar a disseminação desta e de outras pragas, pois mudas contaminadas afetam o restante do pomar. 

A produção anual catarinense de maçãs é de mais de 600 mil toneladas, segundo a Associação de Produtores de Maçã e Pêra de Santa Catarina (AMAP). O município de São Joaquim responde por 75% das frutas colhidas no estado, com empresas privadas e três grandes cooperativas (Cooperserra, Sanjo e Frutas de Ouro) organizando os produtores locais para o beneficiamento e comercialização do produto in natura ou de produtos industrializados, como sucos.

Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
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Fonte: estado.sc.gov.br

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