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INSS: governistas temem consequências de “atrito“ entre ministros

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Governistas ouvidos pela CNN temem as consequências que o “atrito” entre ministros pode trazer na comunicação e na articulação para segurar Comissões Parlamentares de Inquérito relacionadas às fraudes no INSS.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez críticas ao trabalho da Controladoria-Geral da União (CGU), comandada por Vinicius de Carvalho. Disse que houve demora no alerta. Por isso, o governo teria demorado a entender a dimensão do problema.

“Ao fim e ao cabo, nós deixamos passar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema. O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”, afirmou Rui Costa em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (8).

Em coletiva nesta quinta, Vinicius de Carvalho preferiu não escalar o embate.

“A CGU faz, em média, 500 a 600 auditorias por ano. Todas geram recomendações aos órgãos, responsáveis pela gestão daqueles órgãos de governo. Temos ao longo desse ano, se não me falha a memória, quase quatro mil recomendações feitas aos mais de 4 mil órgãos que a CGU tem a responsabilidade de auditar. […] Tudo isso é atividade de prevenção”, ponderou.

Aliados de do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que a CGU até poderia ter indicado com mais veemência e antecedência a dimensão do que se tornaria essa crise do INSS.

Há, no entanto, a avaliação de que as críticas internas pegaram mal. Uma liderança do PT considera que, além de gerar uma nova crise de imagem, o ataque à CGU enfraquece o principal ativo que o governo tem no combate às fraudes: o fato de que a própria CGU na gestão Lula investigou e detectou as irregularidades no INSS.

Aliados do ministro da CGU argumentam que a Previdência foi avisada de auditorias muito antes da operação da Polícia Federal do final de abril.

Avaliam ainda que Rui Costa atacou um alvo errado, com críticas desproporcionais, lembrando que ambos chegaram a conversar no Planalto na quarta (7).

Parlamentares ligados a Lula agora estão de olho em como isso vai repercutir no Congresso diante dos pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

Fator Bolsonaro

Se alguma CPI sair do papel, governistas se preparam para explorar contratos firmados pelas associações com o INSS e descontos indevidos na gestão de Jair Bolsonaro (PL). O plano é tornar a comissão um terreno arenoso também para a oposição.

Mesmo assim, o cálculo é que o governo vai sair mais prejudicado de todas as formas. Isso porque uma comissão desse porte tem força para travar a pauta tanto da Câmara quanto do Senado.

Ou seja, colocariam em xeque propostas prioritárias para o governo. Entre elas, o projeto da reforma do imposto de renda, vitrine de Lula para as eleições de 2026.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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