22.5 C
Marília

Em Roraima, Mães têm rede de atendimento especializado

Leia também

Ser mãe tem o lugar certo. Em Roraima, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, dispõe de uma rede especializada para a mulher. São duas maternidades e um centro especializado para o pré-natal de risco.

De acordo com o diretor-geral do Hospital Materno Infantil Nossa de Nazareth, Manuel Roque, a Maternidade é a única unidade de alto risco em Roraima e, por isso, recebe diariamente uma grande demanda de atendimentos, com média de três mil mulheres passando pela recepção todos os meses.

Em 2024, o HMI realizou cerca de 11.700 partos, enquanto que de 01 de janeiro a 5 de maio de 2025 contabilizou 3.262 partos. Esses quantitativos transformam a unidade na maior maternidade do Brasil em número de partos e uma das maiores também em quantidade de leitos.

Segundo Roque, a Maternidade conta com uma estrutura completa, que dispõe de uma equipe multiprofissional ampla, formada por especialistas como dermatologistas, neurocirurgiões, cirurgiões pediátricos, oftalmologistas, alergistas, endocrinologistas, além de neonatologistas, obstetras, intensivistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

“Além de tudo isso, nós também somos referência no Norte do país em relação à medicina fetal, fazemos procedimentos em medicina fetal que não são feitos em grandes capitais como Belém e Manaus. Fora isso a nossa UTI materna é composta de 66 leitos, sendo uma das UTIs mais completas do Brasil”, afirmou.

Na estrutura do HMI tem também a Casa da Gestante, um espaço de acolhimento para mães de municípios distantes ou comunidades indígenas, cujos bebês estão internados na UTI Neonatal. Nesse espaço, as mães recebem apoio psicológico e participam de atividades terapêuticas para aliviar a ansiedade durante o período de internação do filho.

Entre as mães acolhidas está a enfermeira Vânia Xavier, de 38 anos, que acompanha o filho internado na UTI Neonatal do HMI. Ela destacou a importância da estrutura da Casa da Gestante para se manter próxima do bebê e participar do Método Canguru.

“Hoje estou com meu filho internado aqui na UTI [Neonatal]. A Casa da Gestante possibilita a mãe estar próxima do seu filho, podemos fazer o canguru também. Muitas vezes passamos dez dias sem poder tocar no pezinho, na mãozinha, no seu corpo. E aí chega um momento onde a possibilidade de fazer aquele contato pele-a-pele”, afirmou Vânia.

Além de o contato próximo com o bebê, ela destacou o cuidado recebido pela equipe da unidade durante sua estada na Casa da Gestante.

“Para nós, mães, é muito satisfatório poder estar aqui sendo acompanhada. Eu sou hipertensa, então eu recebo todo cuidado, verificam a minha pressão, eu tomo a minha medicação e a alimentação também vem conforme a morbidade que a pessoa tem. Para mim, como mãe, é muito satisfatório”, completou.

Quando o bebê recebe alta da UTI, mãe e filho são encaminhados para o Método Canguru, onde permanecem juntos até o bebê alcançar o peso ideal para alta definitiva.

ESTRUTURA ADEQUADA

Em setembro de 2024 o Governo do Estado entregou o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth totalmente reformado.  São 294 leitos de enfermaria, 66 leitos de UTI Neonatal, 05 leitos de UTI materna, além de blocos organizados conforme a situação clínica das pacientes, como o Bloco Orquídeas, voltado para gestantes em trabalho de parto, e o Bloco Girassóis, que recebe casos de alto risco.

A unidade também oferece suporte completo com exames de imagem e laboratoriais, Banco de Leite Humano com certificação nacional, Casa da Gestante com estrutura adequada para mães que precisam acompanhar o bebê na UTI neonatal, atendimento de odontologia, psicologia, serviço social, vacinação e os testes de triagem neonatal (pezinho, olhinho, coraçãozinho e orelhinha), entre outros serviços.

Além disso, o HMI integra ações importantes como o Projeto Colo de Mãe, o Qualineo, a Unidade de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, e protocolos de segurança do paciente, com envolvimento direto de profissionais capacitados e com atuação humanizada. É também Hospital Amigo da Criança, um selo concedido pelo Ministério da Saúde às unidades referências do país.

Seis meses sem registro de morte materna

Desde novembro de 2024, não houve registro de morte materna no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, um marco importante para a saúde pública e resultado de investimentos do Governo do Estado na infraestrutura e capacitação profissional.

A mortalidade materna é definida como o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o parto, aborto ou nascimento, por causas relacionadas ou agravadas pela gravidez. A redução desse índice é uma meta prioritária da Secretaria de Saúde.

Entre maio de 2015 e outubro de 2024, o HMI registrou 125 óbitos maternos. Entre as causas mais recorrentes nos últimos anos estão eclâmpsia, septicemia, infecções puerperais, hemorragias, insuficiência renal aguda e choque hipovolêmico.

Muitas pacientes apresentavam quadros agravados por ausência de pré-natal, doenças crônicas não controladas e complicações pós-parto, como retenção placentária e distúrbios de coagulação. Esses fatores reforçam a importância do acompanhamento pré-natal e da estrutura hospitalar pronta para atuação imediata em casos graves.

Durante a pandemia de Covid-19, o número de mortes aumentou consideravelmente. Contudo, nos últimos anos, os dados vêm caindo, sendo 19 óbitos em 2022, 14 em 2023 e 13 em 2024, o que evidencia os avanços alcançados na assistência obstétrica e intensificação da vigilância sobre gestantes de risco.

Centro de Referência faz acompanhamento gestacional de risco

O Centro de Referência em Saúde da Mulher Maria Luiza Castro Perin, que fica em Boa Vista, oferece acompanhamento especializado para gestantes de alto risco.

As mulheres são encaminhadas pelas unidades básicas ao menor sinal de alteração no pré-natal e, ao chegarem ao CRSM, são atendidas por uma equipe multiprofissional formada por obstetras, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e dentistas.

“Essa gestante inicia um processo na unidade básica, e se detectar qualquer alteração ela vai ser encaminhada para o Centro de Referência. Chegando aqui, ela vai ser acompanhada pela nossa equipe multiprofissional mensalmente ou a cada dois meses, conforme for o quadro e o diagnóstico”, destacou a diretora do CRSM, Taynah Almeida.

A unidade também acompanha mães e bebês que passaram pela UTI neonatal, por meio do programa Follow-Up. Bebês prematuros nascidos com até 35 semanas são acompanhados até os dois anos de vida com o suporte da equipe multiprofissional, que inclui também pediatra e neuropediatra. As mães recebem atenção psicológica e social durante esse período para garantir que o desenvolvimento da criança aconteça da melhor forma possível, fortalecendo os laços e proporcionando segurança nesse processo.

NO SUL DO ESTADO

No interior do Estado, a Maternidade Thereza Monay Montessi, que fica em Rorainópolis, também oferece atendimento humanizado e completo às gestantes da região Sul.

Os serviços incluem acompanhamento pré-parto com enfermeiro especializado, apoio psicológico, serviço social, fisioterapia com massagens e exercícios para favorecer o parto normal, exames laboratoriais e de imagem com laudo, atendimento médico com clínico geral, ginecologista e obstetra, além de centro cirúrgico para os casos que exigem intervenção.

Para os recém-nascidos, há atendimento de pediatras neonatologistas, fonoaudiólogo, exames laboratoriais e fototerapia. Em casos de gestação de alto risco, a maternidade conta com ambulância com suporte básico e equipe treinada para garantir a transferência segura da paciente.


Fonte: portal.rr.gov.br

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

spot_img
spot_img

Últimas notícias