O gabinete de segurança do México está investigando o assassinato de uma jovem influenciadora de beleza que foi morta enquanto transmitia um vídeo ao vivo no TikTok, disse a presidente Claudia Sheinbaum nesta quinta-feira (15).
As autoridades afirmam que a morte de Valeria Márquez, de 23 anos, está sendo investigada como possível feminicídio, o assassinato de mulheres ou meninas por razões de gênero.
O assassinato causou comoção em um país que enfrenta altos níveis de violência contra as mulheres.
“Uma investigação está em andamento para primeiro encontrar os responsáveis e o motivo por trás desta situação”, disse Sheinbaum em sua coletiva de imprensa matinal.
“Nossa solidariedade à família dela”, acrescentou.
Márquez foi morta na terça-feira (13) no salão de beleza onde trabalhava na cidade de Zapopan por um homem que entrou e atirou nela, informou o promotor estadual de Jalisco. O Ministério Público não divulgou o nome de nenhum suspeito.
Segundos antes do assassinato, Márquez foi vista em sua transmissão ao vivo no TikTok sentada a uma mesa segurando um bicho de pelúcia. Ela foi ouvida dizendo: “Eles estão vindo”, antes de uma voz ao fundo perguntar: “Ei, Vale?”.
“Sim”, respondeu Márquez, pouco antes de silenciar o som da transmissão ao vivo.
Momentos depois, ela foi morta a tiros. Uma pessoa pareceu pegar seu telefone, com o rosto brevemente visível na transmissão antes do vídeo terminar.
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Valeria Márquez, influenciadora assassinada em transmissão ao vivo. • @v___marquez no Instagram
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Paramédicos presentes no local confirmaram que ela morreu devido a ferimentos de bala na cabeça e no peito, de acordo com o veículo de notícias El Financiero.
Márquez, que tinha quase 200 mil seguidores no Instagram e no TikTok, havia dito anteriormente na transmissão ao vivo que alguém foi ao salão quando ela não estava lá com um “presente caro” para entregar. A influenciadora, que parecia preocupada, disse que não pretendia esperar o retorno da pessoa.
“Até o momento, não há acusações contra indivíduos específicos”, afirmou a promotoria de Jalisco em um comunicado na noite de quarta-feira (14).
Segundo as autoridades mexicanas, o feminicídio pode envolver violência degradante, abuso sexual, relacionamento com o assassino ou a exposição do corpo da vítima em espaço público.
Sheinbaum afirmou que o gabinete de segurança do México, composto por ministros de alto escalão, está trabalhando para solucionar o caso do assassinato em conjunto com os promotores.
O México está empatado com Paraguai, Uruguai e Bolívia como os países com a quarta maior taxa de feminicídio na América Latina e no Caribe, de acordo com os dados mais recentes da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, com 1,3 mortes para cada 100.000 mulheres em 2023.
Jalisco ocupa o sexto lugar entre os 32 estados mexicanos, incluindo a Cidade do México, em homicídios, com 909 registrados desde o início do mandato de Sheinbaum em outubro de 2024, segundo a consultoria de dados TResearch.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br