O secretá.rio de Defesa, Pete Hegseth, aceitou um Boeing 747 do Catar que o presidente Donald Trump usará assim que o Pentágono o atualizar para incluir “medidas de segurança adequadas e requisitos de missão funcional”, de acordo com um porta-voz do Departamento de Defesa
“O Secretário de Defesa aceitou um Boeing 747 do Catar em conformidade com todas as regras e regulamentos federais”, disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em um comunicado nesta quarta-feira (21).
“O Departamento de Defesa trabalhará para garantir que medidas de segurança adequadas e requisitos de missão funcional sejam considerados para uma aeronave usada para transportar o presidente dos Estados Unidos”, completou o porta-voz.
Uma pessoa familiarizada com as discussões, no entanto, respondeu que o acordo ainda não foi finalizado e que as conversas entre as equipes jurídicas estão em andamento.
Parnell não respondeu se o governo havia pago pelo jato e encaminhou quaisquer perguntas adicionais sobre a transferência à Força Aérea dos EUA. A CNN entrou em contato com a Embaixada do Catar em Washington para obter comentários.
Questionado na quarta-feira sobre os relatos de que o Pentágono havia aceitado o jato, Trump disse aos repórteres que o Catar está “dando um jato à Força Aérea dos Estados Unidos, ok, e isso é uma coisa ótima”.
O primeiro-ministro do Catar disse à Bloomberg na segunda-feira (19) que “a história deste avião é uma transação do Ministério da Defesa para o Departamento de Defesa que é feita com total transparência e de forma muito legal, e é parte da cooperação que sempre fizemos juntos por décadas”.
Na terça-feira (20), o secretário da Força Aérea, Troy Meink, e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, David Allvin, disseram aos legisladores que Hegseth havia orientado a Força Aérea a começar a planejar a modificação do avião.
“O Secretário de Defesa orientou a Força Aérea a basicamente começar a planejar a modificação da aeronave”, disse Meink. “Estamos preparados para isso.”
Um porta-voz da Força Aérea disse à CNN que “conforme orientado pelo Secretário de Defesa, a Força Aérea está se preparando para conceder um contrato para modificar uma aeronave Boeing 747 para transporte aéreo executivo. Os detalhes relacionados ao contrato são confidenciais”.
As discussões ativas sobre a transferência do jato do Catar para o governo Trump, que foram divulgadas publicamente no início deste mês, provocaram furor político, já que democratas e vários republicanos influentes, que normalmente são apoiadores ferrenhos do presidente, disseram que se opunham ao possível acordo por questões éticas.
Trump repetidamente promoveu o avião como um possível substituto para o Air Force One e, em seu site de mídia social Truth Social, ele o descreveu como um “Presente, gratuito”, do Catar.
Mas a CNN informou que foi o governo Trump que primeiro abordou o Catar para perguntar sobre a aquisição do Boeing 747.
Depois que Trump assumiu o cargo em janeiro, a Força Aérea contatou a Boeing e foi informada de que a empresa não seria capaz de entregar os novos jatos que estava construindo para substituir os antigos aviões presidenciais por mais dois anos.
O governo Trump, no entanto, queria um avião substituto muito mais rápido, e a Força Aérea estava explorando diferentes opções para isso. Ao mesmo tempo, Trump encarregou seu enviado para o Oriente Médio, Steve Witkoff, de encontrar uma lista de aviões viáveis, disse um alto funcionário da Casa Branca à CNN.
Após o envolvimento da Força Aérea com a empresa, a Boeing forneceu às autoridades de defesa dos EUA uma lista de outros clientes ao redor do mundo com aviões que poderiam trabalhar nesse meio tempo, e o Catar foi um deles, informou a CNN.
O Pentágono iniciou as discussões com o Catar após saber que a Casa Branca apoiava a ideia, e Witkoff ajudou a facilitar as conversas iniciais, disse o funcionário da Casa Branca. Mas a Força Aérea inicialmente tinha a impressão de que qualquer transação com os catarianos envolveria a venda do avião — não uma doação, disseram autoridades de defesa.
Além das questões éticas e legais, adaptar e instalar os equipamentos de segurança e comunicação necessários em um avião de segunda mão de outro governo, mesmo que seja amigo, é uma tarefa monumental.
Autoridades atuais e antigas disseram à CNN que isso poderia levar dois anos e custar muito mais do que o próprio avião vale. As agências de espionagem e segurança dos EUA encarregadas da reforma precisariam essencialmente desmontar a aeronave, deixando-a apenas com a estrutura e reconstruí-la com o equipamento necessário.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br