O trabalho de repressão a quadrilhas especializadas em furto e roubo de residências pelas Polícias Civil e Militar tem resultado na queda dos crimes em todo o estado de São Paulo. A identificação de receptadores de alto escalão da cadeia criminosa também foi fundamental para que os investigadores recuperassem parte dos pertences levados dos imóveis, sendo a maioria artigos de luxo.
No estado, 3,3 mil casas deixaram de ser invadidas pela ação imediata das polícias entre janeiro e março deste ano. Foram 9,5 mil boletins registrados no período, queda de 26% se comparado aos 12,9 mil elaborados no mesmo período de 2024.
O delegado Fábio Sandrin, da 4ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), explica que os criminosos costumam atuar em conjunto, com parte deles ficando na rua para passar informações de vigilância a quem invadiu o imóvel e dar auxílio na fuga.
As quadrilhas especializadas costumam utilizar ferramentas para o arrombamento dos imóveis. Em alguns casos, é feita a clonagem do controle remoto dos portões. De acordo com Sandrin, os principais itens buscados pelos criminosos são dinheiro em espécie, joias, relógios e armas de fogo.
“A unidade identifica e prende integrantes de quadrilhas especializadas após um minucioso trabalho de inteligência. Alguns criminosos migram para outros estados, porém com o intercâmbio de informações, eles são identificados, possibilitando assim a diminuição da reincidência criminosa”, detalha o delegado.
Na capital paulista, houve uma redução de 12% dos casos no primeiro trimestre do ano, chegando a 1,3 mil casos. Os dados demonstram uma tendência de queda na cidade de São Paulo. O ano de 2024 terminou com um declínio de 27% nessas ocorrências (5,5 mil), com cerca de 2 mil casos a menos na comparação com 2023.
Quadrilha invadia casas em áreas nobres da capital
Em 28 de fevereiro, seis integrantes de uma quadrilha especializada em furto a residências em áreas nobres da capital foram presos. As investigações apontaram que eles participaram de pelo menos seis crimes, sendo cinco em um intervalo de um mês. Os casos ocorreram em Perdizes, Pinheiros e na Lapa, na zona oeste, e no Brooklin, na zona sul.
Os policiais do Deic monitoraram a quadrilha por três dias seguidos e conseguiram capturar os integrantes no bairro Sumaré, na zona oeste da cidade. Dois veículos furtados foram apreendidos. Dentro dos carros havia luvas e chaves de fenda para arrombamentos. Cinco indiciados eram reincidentes criminais, com passagens por tráfico de drogas, receptação e invasão a residências.
Receptadores
Os agentes também agem no combate à receptação dos objetos de valor roubados das casas. Mais de 35 receptadores foram identificados em São Paulo este ano, sendo que alguns possuíam comércios legais estabelecidos e grande poder econômico. As investigações ainda apontaram que parte destes criminosos possuía conexões internacionais, enviando joias e relógios de luxo roubados ao exterior.
A 4ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Condomínios e Residências já prendeu 16 criminosos envolvidos em crimes dessa natureza este ano. “Outros já possuem a prisão decretada e vamos trabalhar para que seja cumprida o mais rápido possível”, acrescenta Sandrin.
Até maio, os policiais do Deic já recuperaram R$ 484,4 mil em espécie e mais de R$ 10 milhões em bens avaliados. Ao longo do ano passado, também foram apreendidos 244 pedras preciosas, 380 joias, 934 anéis, 391 colares, 147 bolsas e 327 relógios na capital. Muitos artigos são de luxo, principais alvos dos ladrões.
Fonte: www.agenciasp.sp.gov.br