Basicamente o suspensório é uma peça do vestuário que surgiu como alternativa aos cintos, para suspender as calças. Tal acessório é feito por duas alças (que podem ser elásticas ou não) presas às calças por botões e que se cruzam nas costas. Com o tempo, o suspensório deixou de ser apenas um acessório útil e passou a ser um acessório “estético”. Com uma história de reviravoltas, surgiu, desapareceu, retornou, desapareceu novamente (não para todos) e agora promete voltar.
Mas afinal, de onde surgiram os suspensórios? Não há registro de uma data exata para o surgimento do acessório, mas acredita-se que este foi criado há mais de 200 anos e há uma história um tanto engraçada a respeito: dizem que um pequeno ladrão belga praticava alguns furtos em Bruxelas. O ladrão enchia os bolsos das calças com as moedas que roubava e o peso das moedas fazia com que suas calças caíssem, o que dificultava sua fuga. Então o ladrão resolveu segurar suas calças com alças sobre os ombros e assim teriam surgido os suspensórios. Mito ou verdade? Não se sabe, o fato é que o suspensório foi parte integrante da indumentária masculina até os anos 60.
Na década de 1980, o suspensório passou a ser taxado como algo extravagante (característica marcante da época) e começou a ser usado em alguns filmes no cinema quando a intenção era mostrar um personagem excêntrico. Já nos anos 90, as roupas se tornaram mais largas e a silhueta “desapareceu”, sendo assim, o suspensório acabou esquecido.
Os anos 200 chegaram e junto com eles um sentimento de resgate de décadas passadas. Muito se ouviu falar do vintage e do retrô. O resgate de tendências passadas trouxe de volta algumas peças e acessórios e um deles foi o suspensório. Agora, tal acessório passa dividir opiniões. Alguns apreciam, acham elegante, outros veem como um acessório usado apenas por pessoas mais velhas. O fato é que para muitos, hoje o antigo representa o fascinante.
Adolf Hitler usou suspensórios desde muito jovem. Vestia-se com traje montanhês da Bavária, calças curtas de couro, suspensórios e camisa branca. Mais tarde, já no comando da Alemanha, Hitler influenciou pessoas ao uso de suspensórios, independente das suas maléficas ações. Ainda hoje, na Alemanha, em cervejarias típicas, o traje mais comum dos frequentadores é bermuda, camiseta e suspensórios coloridos.
Os Rockabillys e os Punks mantiveram o suspensório mesmo depois que o mesmo saiu de moda. O acessório faz parte do guarda roupas dessas tribos até hoje.
É interessante citar que o suspensório deixou de ser um acessório de uso exclusivo dos homens e caiu no gosto das mulheres. São usados com shorts, calças e saias. Para as mulheres, o suspensório agrega estilo e personalidade ao visual.
Na hora de usá-lo, é preciso se atentar em alguns pontos para não errar na composição do look. A primeira dica é não usar o suspensório junto com um cinto, ou um ou outro. Ambos têm a mesma função – segurar a calça – não é necessário o uso dos dois juntos, além de prejudicar o look esteticamente.
Outra dica é tomar cuidado com a regulagem da altura, nem muito alta (causando desconforto) nem muito baixa (com as calças caindo). A cor deve ser neutra, assim é possível combinar com outras cores de camisas e calças por exemplo. Caso escolha um suspensório colorido é só tomar cuidado para não escolher uma cor muito extravagante.
Os suspensórios podem ser usados com calças de alfaiataria combinados com uma camisa e uma gravata borboleta, um visual clássico. No caso de calças jeans, algumas peças (porém poucas) contam com botões específicos para prender o suspensório. Como é difícil encontrar peças assim, recomenda-se que os suspensórios tenham uma presilha de metal para prendê-lo na roupa.
Para as mulheres, as dicas são basicamente as mesmas, o maior cuidado a ser tomado é prestar bastante atenção para que a combinação do look com o suspensório não fique muito masculinizada.
Então para os homens e para as mulheres, o suspensório estará de volta e pode ser usado sem medo! Estamos vivendo uma época de “reciclagem do passado” e é interessante conhecer a origem das coisas!
Texto por: Carolina Cortez