A gestão de estoque é uma prática fundamental para o bom funcionamento de uma empresa industrial.
Ela consiste em controlar todas as entradas e saídas de produtos e matérias-primas, com o objetivo de garantir que a produção não seja interrompida por falta de insumos ou excesso de estoque.
Na cadeia de suprimentos industrial, a gestão de estoque é ainda mais crucial. Ela permite que os fornecedores entreguem os produtos no prazo correto, a produção seja realizada sem interrupções e os produtos finais sejam entregues aos clientes no momento certo.
Agora que entendemos a importância de gerir corretamente o estoque, vamos entender quais os maiores desafios enfrentados pelos gestores e como é possível fazer uma gestão eficiente.
Quais os maiores desafios desse processo?
Embora a gestão de estoque seja uma prática essencial para o sucesso de uma empresa, há alguns desafios que precisam ser superados para garantir a efetividade do processo.
A empresa precisa ter uma previsão precisa da demanda para garantir que haja estoque suficiente para atender às necessidades dos clientes, mas sem excessos que possam gerar custos adicionais.
Essa previsão pode ser afetada por fatores externos, como mudanças na economia e na política, o que torna o gerenciamento da demanda ainda mais complexo.
Outro desafio é o controle da cadeia de suprimentos. Uma indústria geralmente depende de vários fornecedores para obter os materiais necessários para a produção de vigota e outros produtos.
Qualquer atraso ou problema na cadeia de suprimentos pode afetar o estoque e, consequentemente, a produção e a satisfação do cliente.
A falta de visibilidade do estoque também pode ser um grande desafio. É importante ter informações precisas sobre o estoque, como o nível atual, a demanda prevista e a data de entrega dos fornecedores.
A ausência dessas informações pode levar a decisões equivocadas, como a compra excessiva de produtos ou a interrupção da produção por falta de insumos.
Atualização de inventário
Uma das etapas mais importantes da gestão de estoque é a atualização frequente do inventário. Isso significa que a empresa precisa manter um registro atualizado de todos os itens em estoque, incluindo a quantidade disponível e a localização dentro do armazém.
Para exemplificar, vamos considerar o caso de um piso antiderrapante para piscina. Se a empresa recebe um pedido desse item, mas não tem um registro preciso do estoque atual, pode acabar prometendo a entrega do produto sem tê-lo em estoque.
Para atualizar o inventário de forma efetiva, é possível fazer uso de sistemas de informação especializados, como software de gerenciamento de estoque e leitores de código de barras.
Essas ferramentas permitem que a empresa registre as entradas e saídas de produtos de forma automatizada e precisa, garantindo um controle mais eficiente do estoque.
Além disso, é importante realizar inventários físicos periódicos para garantir que o registro do inventário esteja alinhado com a realidade do estoque. Esse processo pode ser feito manualmente ou com o auxílio de tecnologias como drones e robôs.
Descentralização das informações
A descentralização das informações acontece quando os dados sobre os produtos em estoque não estão concentrados em um único local, tornando difícil para a empresa ter uma visão clara do estoque total e das demandas de cada setor.
Por exemplo, considere o caso de uma empresa que produz velumoide para juntas e possui diferentes setores de estoque para cada linha de produção. Com informações espalhadas, a empresa não consegue planejar adequadamente a produção deste item.
Para resolver esse problema, é importante reunir os dados em um único sistema de informação, o que pode ser feito por meio de softwares de gerenciamento de estoque.
Desqualificação da mão de obra
Outro grande desafio da gestão de estoque é a desqualificação da mão de obra, que pode levar a erros na contagem de estoque e na identificação de produtos, por exemplo.
Esse problema pode ser ainda mais grave em empresas que possuem produtos complexos ou de difícil identificação, como no caso de um quadro geral de baixa tensão (QGBT).
É importante que as empresas invistam na capacitação da mão de obra e na implementação de processos de treinamento e qualificação contínuos.
Além disso, adotar processos de verificação e validação das informações de estoque minimiza a possibilidade de erros na contagem e identificação dos produtos.
Como fazer uma boa gestão de estoque?
Fazer uma boa gestão de estoque é fundamental para garantir a eficiência da cadeia de suprimentos industrial. Para isso, existem diversas estratégias e boas práticas que podem ser adotadas pelas empresas, que envolvem ações como:
- Planejamento e controle;
- Organização e armazenagem;
- Padronização de processos;
- Uso de tecnologia.
Essas são algumas etapas de uma boa gestão, mas de modo geral, ela pode ser dividida em três grupos. Confira a seguir.
Registro de fluxo
Um dos pilares de uma boa gestão de estoque é o registro de fluxo, que consiste em manter um controle preciso de todas as movimentações de produtos no estoque, desde a entrada de produtos, como tinta PU para piso, até a saída, seja para a venda ou uso na produção.
A empresa precisa estabelecer processos bem definidos e padronizados para todas as etapas do fluxo, o que envolve o registro de todas as informações relevantes, seja quantidade, valor, data de entrada e saída, número de lote, entre outras.
A tecnologia pode ser uma grande aliada nesse processo, ajudando a garantir a precisão e a confiabilidade das informações, e reduzindo a possibilidade de erros e problemas na gestão de estoque.
Manter um registro de fluxo eficiente também permite que a empresa identifique tendências e padrões de consumo. Assim, é possível pontuar quais são os produtos mais vendidos, os períodos de maior demanda e quais são os fornecedores mais confiáveis.
Fiscalização de validade
Outro aspecto importante para garantir uma boa gestão de estoque é a fiscalização de validade dos produtos. Essa etapa ajuda a empresa a conseguir a certificação de produtos INMETRO, visto que garante a qualidade dos itens fabricados.
É fundamental que a empresa mantenha um controle rígido sobre a data de validade dos insumos e dos produtos finais, evitando assim a comercialização de itens vencidos.
Práticas como a rotatividade dos produtos, de forma que aqueles com prazo de validade mais próximo sejam comercializados primeiro são ótimas para esse processo.
A fiscalização adequada ajuda a garantir a segurança dos consumidores e a evitar problemas como multas e sanções por parte dos órgãos reguladores.
Gestão diária
Também é necessário fazer o controle diário das operações, com o monitoramento de níveis de estoque, identificação de produtos com baixo giro, entre outras atividades.
É recomendado que a empresa utilize ferramentas tecnológicas, como sistemas de gestão, para fazer o monitoramento em tempo real do estoque e programar a emissão de alertas quando determinado produto estiver com nível baixo ou prestes a acabar.
Em paralelo, a equipe responsável deve ser treinada para realizar as atividades diárias de forma eficiente, com processos claros e objetivos para o registro de produtos, a identificação de produtos com baixo giro, etc.
Método MRP
O MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) é uma técnica que auxilia na gestão de estoque, fazendo um controle mais preciso sobre a demanda de materiais necessários para produzir seus produtos.
Essa técnica é particularmente útil em indústrias que possuem uma grande variedade de componentes e matérias-primas, como é o caso de empresas que trabalham com isolamento acústico lã de rocha.
O MRP utiliza informações sobre a demanda de produtos e as quantidades de materiais necessários para produzi-los, a fim de criar um plano de produção e compra de materiais.
Isso significa que a técnica leva em conta tanto as necessidades de produção quanto os níveis de estoque, evitando assim a falta de materiais e garantindo que a empresa possa cumprir seus prazos de entrega.
No entanto, para implementar o MRP com sucesso, é necessário ter informações precisas e atualizadas sobre as demandas de produtos e as quantidades de materiais necessários para produzi-los.
Ponto de Ressuprimento
O Ponto de Ressuprimento é um conceito importante na gestão de estoques de um distribuidor de pisos e outros materiais. Ele representa o momento em que a empresa precisa fazer um pedido de compra para repor seu estoque e evitar a falta de produtos.
Para determinar o ponto de ressuprimento, é necessário levar em consideração diversos fatores, como a demanda dos clientes, o tempo de entrega dos fornecedores, o custo de manter o estoque, entre outros.
Uma vez que esses fatores são conhecidos, a empresa pode estabelecer um ponto de ressuprimento que permita manter o estoque em níveis adequados, evitando tanto a falta quanto o excesso de produtos.
O impacto da tecnologia na gestão de estoque
A gestão de estoque é um processo que envolve diversas atividades, como aquisição, armazenagem e distribuição de produtos. Com o avanço da tecnologia, muitas dessas atividades passaram a ser otimizadas, o que tornou a gestão mais eficiente e econômica.
Uma das tecnologias mais utilizadas é o sistema de gestão de estoques (SGE), que permite a automação de diversas tarefas, como o controle de estoque, o registro de movimentações, a emissão de relatórios e a gestão de pedidos.
A identificação por radiofrequência (RFID) também é essencial e permite a identificação e rastreamento de produtos em tempo real. Com esse recurso, as empresas podem reduzir o tempo de ciclo e evitar erros na movimentação de produtos.
No entanto, a implementação de tecnologias na gestão de estoque exige investimentos significativos em equipamentos, software e treinamento da equipe.
Por isso, é fundamental que as empresas façam um planejamento cuidadoso e uma análise de custo-benefício antes de implementar qualquer tecnologia na gestão de estoque.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.