O cinema e a inteligência artificial estão se aproximando cada vez mais, gerando discussões acaloradas, especialmente com filmes como “O Brutalista” e “Emília Pérez”, que fizeram uso da IA em suas produções. Isso causou um grande debate dentro da Academia do Oscar.
Segundo informações da Variety, a Academia está avaliando a possibilidade de exigir a divulgação obrigatória do uso de IA nos filmes.
Atualmente, os cineastas têm a opção de informar se utilizaram inteligência artificial, por meio de um formulário opcional. No entanto, os governadores e comitês da AMPAS estão investigando as diferentes formas de aplicação da IA nas produções, com o objetivo de implementar essa exigência nas regras do Oscar de 2026, que devem ser publicadas em abril deste ano.
O conselho de tecnologia da Academia está trabalhando no desenvolvimento de uma linguagem específica para regulamentar o uso da IA, conforme relatado pela publicação.
Outros filmes indicados ao prêmio este ano, como “Um Completo Desconhecido” e “Duna: Parte 2“, também anunciaram o uso de inteligência artificial, o que tem reforçado o debate sobre a necessidade de transparência obrigatória quanto a essa tecnologia.
“As decisões para a premiação devem ser tomadas com total conhecimento sobre o que foi feito pelo artista humano para alcançar o resultado final. Usar novas ferramentas de maneira criativa e expandir as possibilidades é uma contribuição importante”, disse uma fonte da Variety.
Com o aumento do uso da IA nas produções cinematográficas, as maneiras de aplicá-la se tornaram mais diversas, dificultando distinguir o que foi realmente impactado pela tecnologia e de que maneira ela foi utilizada.
No mês passado, Dávid Jancsó, editor do filme indicado ao Oscar “O Brutalista”, revelou ao RedShark News que usou tecnologia de IA nos diálogos em húngaro dos atores Adrien Brody e Felicity Jones.
Jancsó, que é falante nativo de húngaro, explicou que utilizou um software sintetizador para adicionar sua voz aos atores, garantindo que a pronúncia estivesse precisa.
“A maior parte dos diálogos em húngaro inclui uma parte da minha fala. Fomos muito cuidadosos em manter as performances deles“, explicou. “É basicamente substituir algumas palavras aqui e ali. Você pode fazer isso no ProTools por conta própria, mas tínhamos tanto diálogo em húngaro que precisávamos agilizar o processo, ou ainda estaríamos na pós-produção.”
Após a polêmica nas redes sociais gerada pelo uso de IA, o diretor Brady Corbet divulgou um comunicado afirmando que “as performances de Adrien e Felicity são totalmente deles”.
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Adrien Brody como László Tóth em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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O personagem de Brody, Tóth, é atormentado por seu passado em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Desenhos do arquiteto em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Construção do instituto em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Cena de “O Brutalista” • Divulgação
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Igreja da Luz, em Ibaraki-shi, no Japão • Mith Huang/Creative commons/Flickr
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Corredor do instituto de László Tóth em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Desenhos do arquiteto em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Biblioteca de Harrison Lee Van Buren, retratada em “O Brutalista” • Lol Crawley/A24
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Oscar 2025: conheça “O Brutalista”, que concorre a Melhor Filme
Fonte: www.cnnbrasil.com.br