O acordo de segurança marítima do Mar Negro visa trazer Moscou de volta aos mercados previsíveis de grãos e fertilizantes, o que permitiria o lucro e garantiria a segurança alimentar global, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em comentários publicados na noite desta terça-feira (25).
“Queremos que o mercado de grãos e fertilizantes seja previsível, para que ninguém tente ‘nos afastar’ dele”, disse Lavrov à televisão estatal russa Channel One.
“Não apenas porque queremos/queríamos obter um lucro legítimo em uma concorrência justa, mas também porque estamos preocupados com a situação da segurança alimentar na África e em outros países do Sul Global.”
Rússia e Ucrânia concordam com cessar-fogo parcial
Os Estados Unidos disseram nesta terça-feira (25) que tanto a Ucrânia quanto a Rússia concordaram com um cessar-fogo no Mar Negro — porém, o Kremlin ponderou que há várias condições que precisam ser cumpridas antes de ele ser implementado.
Autoridades dos EUA realizaram reuniões separadas com delegações russas e ucranianas na Arábia Saudita nos últimos dias. A Casa Branca informou sobre os acordos em duas declarações muito semelhantes nesta terça.
Ambos os comunicados informam que os americanos e tanto Rússia quanto Ucrânia “concordaram em garantir uma navegação segura, eliminar o uso da força e impedir o uso de embarcações comerciais para fins militares no Mar Negro”.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou em uma entrevista coletiva em Kiev que concordou em parar de usar força militar no Mar Negro. Ele destacou que a pausa entraria em vigor imediatamente.
No entanto, a declaração do Kremlin pontuou que só implementará o acordo quando as restrições a seus bancos e exportações de alimentos e fertilizantes fossem suspensas.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br