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Acordo pela Eldorado deve impulsionar investimentos, dizem analistas

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O acordo de compra da J&F pelos 49% da Paper Excellence na Eldorado deve acelerar os investimentos da empresa de celulose e trazer mais segurança aos investidores, disseram analistas à CNN.

O fim do conflito de cerca de 8 anos foi anunciado na véspera e deve ser divulgado nesta quinta-feira (15). A J&F já detém os outros 51% da Eldorado e agora passará a ter a totalidade das ações da empresa — o que não tinha desde 2017, quando se iniciou o imbróglio.

“O negócio operacionalmente está bem, operando em capacidade plena. Equalizado esse imbróglio, a J&F pode acelerar outros investimentos em celulose no Brasil. Não temos essa informação ainda, mas essa possibilidade aumenta com a resolução do conflito jurídico e societário”, afirmou Daniel Utsch, gestor de renda variável da Nero Capital.

A conclusão da disputa também deve trazer segurança jurídica aos investidores e deve levar à expansão dos negócios da Eldorado, ressaltaram os analistas.

 

“A resolução desses grades conflitos geralmente são muito boas para a empresa e representam um aumento de concorrência no setor. Agora a J&F tem mais liberdade para dar as cartas [na Eldorado]. É um player capitalizado e com muita experiência em commodities, exportação e mercados globais, então por ser uma companhia que já tem essa expertise dá mais segurança aos investidores”, disse Arthur Horta, analista de investimentos da GTF Capital.

“Agora, com o fim desse conflito, a Eldorado vai ter mais liberdade para executar seus planos de expansão”, completou Guilherme Bertolini, sócio do Cascione Advogado.

Os analistas disseram que há otimismo com o futuro da Eldorado pelo alto valor que a J&F ofertou pela parte da Paper. A CNN antecipou a compra deveria ser concretizada por cerca de R$ 15 bilhões, entre US$ 2,6 ou R$ 2,7 bilhões, à vista pelos 49% da multinacional sino-indonésia. O valor é muito superior aos R$ 3,8 bilhões pelos quais a Paper comprou a participação na empresa de celulose.

“É uma transação privada extremamente complexa de 8 anos de imbróglio e acontecendo com um valuation bastante alto. Dá para se tirar uma visualização positiva de perspectiva do setor, porque a J&F está vendo um cashflow futuro das operações que justifique pagar um preço alto”, declarou Daniel Utsch.

Há divergência entre os especialistas sobre o tamanho do impacto que a conclusão do negócio pode trazer ao setor de celulose.

Para Hora, da GTF Capital, o aumento na concorrência pode contribuir, no médio prazo, para a redução dos preços da celulose de fibra curta.

“O Brasil é um dos países mais competitivos, para não falar o mais, para a produção de celulose de fibra curta, porque consegue fazer a de eucalipto. Isso faz com que a margem das nossas empresas aqui sejam muito elevadas, então tem um incentivo a investir mais. Mesmo que caia o preço pela oferta global, você continua conseguindo sendo rentável”, pontuou.

Daniel Utsch, da Nero Capital, destaca que a competitividade e os impactos nos preços vão variar de acordo com a oferta e demanda global, mesmo o Brasil sendo um player importante no mercado de celulose.

“O mercado de celulose é de competição global, depende de oferta e demanda no mundo. Acredito que não é relevante pensar em cenário competitivo no Brasil, porque a demanda da China e a oferta vinda de Indonésia, Chile e outros é mais relevante para Suzano e Klabin na precificação do que o fim da disputa na Eldorado”.

 

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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