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Aderr trabalha no controle de javaporcos em Roraima

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Nos últimos anos, uma grande quantidade de javaporcos tem se espalhado por Roraima, especialmente na região central do Estado. Esses animais, uma mistura de javalis e porcos domésticos, estão causando muitos problemas para a agricultura, o meio ambiente e a saúde pública. O avanço tanto do javali como do javaporco em novos lugares causa danos a espécies nativas e por isso é considerado uma espécie exótica e invasora.

O Governo de Roraima, por meio da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), vem trabalhando junto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos públicos para tentar controlar o crescimento da população desses animais, que hoje é considerada uma praga no Brasil e no mundo.

Conforme ressalta o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, para tentar resolver essa situação, as autoridades de Roraima estão buscando ações de controle e manejo para diminuir a quantidade de javaporcos no Estado. “A invasão de javaporcos é um problema sério que precisa de atenção para proteger nosso meio ambiente, a saúde de todos e nossa agricultura”, enfatizou Parisi.

Relatos de javaporcos em Roraima datam de 2012

Desde 2012, relatos da presença do javaporco começaram a surgir em Alto Alegre, uma das portas de entrada para essa invasão. Hoje, a situação se agravou, já tendo relatos em outros municípios como Bonfim, Cantá e Boa Vista.

Segundo dados do Sistema de Informação de Manejo de Fauna do Ibama, as autorizações de caça e os registros de abates aumentaram de forma alarmante: de seis autorizações e 32 abates em 2021, para 67 autorizações e mais de 250 animais abatidos em apenas sete meses de 2023. A cifra é um indício de que a invasão é exponencial.

Isso mostra que a presença desses animais está crescendo rapidamente. De acordo com o médico veterinário e fiscal agropecuário da Aderr e chefe do PNSS (Programa Nacional de Sanidade Suídea) em Roraima, Murilo Dias, a tendência, caso não haja uma ação eficaz contra esse avanço, é aumentar drasticamente.

Ele destacou que os javaporcos destroem plantações de milho, soja, algodão e cana-de-açúcar, causando prejuízos econômicos aos agricultores. Além disso, eles representam um risco à saúde, pois podem transmitir doenças como febre aftosa, peste suína, raiva e outras zoonoses que inclusive podem afetar as pessoas.

“Outro problema é que muitos desses animais são híbridos, resultado do cruzamento entre javalis e porcos que vivem soltos em fazendas. Esses híbridos são maiores e se reproduzem mais rápido, dificultando o controle da população”, frisou.

Dias também ressaltou que a expansão agrícola na região, impulsionada por novas tecnologias e certificações ambientais, tem contribuído para a proliferação desses animais, que ameaçam a biodiversidade local, incluindo espécies nativas como as queixadas (Tayassu pecari) e os caititus (Dicotyles tajacu).

Javaporcos também podem aumentar possibilidades de transmissão da raiva

Conforme destaca o fiscal agropecuário e médico veterinário responsável pelo PNCRH (Programa Nacional Controle de Raiva dos Herbívoros), Joseney Lima, nos últimos anos os principais responsáveis pela transmissão da raiva aos humanos e animais foram os morcegos-vampiros (Desmodus rotundus), pois eles se alimentam preferencialmente de sangue de mamíferos.

“As populações de javalis e javaporcos aumentam a oferta de alimentos para os morcegos-vampiros, e consequentemente contribuem para o aumento populacional desses morcegos-vampiros, que são considerados praga em zonas rurais, pois é comum os ataques a humanos e animais”, frisou.

Além dos riscos mencionados, os javalis e javaporcos podem desenvolver a raiva, disseminar a doença entre os animais, assim como transmitir a seres humanos. Lembrando que a raiva é uma doença infecciosa viral aguda e fatal, que afeta mamíferos, incluindo humanos, e é transmitida por mordidas, arranhaduras ou lambidas de animais infectados. Ela não possui cura.

Por meio do PNSS, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) concentra esforços nas doenças da lista da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Essas enfermidades se caracterizam pelo grande poder de difusão, consequências econômicas ou sanitárias graves e repercussão no comércio internacional.

CONTROLE

O controle deve ser feito com legalidade e eficiência. É necessário  obter autorização do Ibama através do Simaf (Sistema Integrado de Manejo de Fauna) e seguir o indicado na Instrução Normativa 12/2019 do órgão, que define o controle do javali como a “perseguição, o abate, a captura seguida de eliminação direta desses animais”.


Fonte: portal.rr.gov.br

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