A Alemanha investiga possíveis falhas de segurança depois que um homem atropelou centenas de pessoas em um mercado de Natal em Magdeburgo, matando pelo menos cinco pessoas e trazendo à tona a discussão sobre segurança e imigração antes de uma eleição antecipada.
A motivação do suspeito preso, um psiquiatra de 50 anos da Arábia Saudita com um histórico de retórica anti-islâmica e simpatia pelo partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), permanece desconhecida.
Enquanto a nação lamenta o caso, com cidadãos deixando flores e acendendo velas em Magdeburgo, surgiram perguntas sobre se mais poderia ter sido feito para evitar o ataque e se as autoridades poderiam ter agido de acordo com os avisos.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, pediu que leis de segurança interna mais rígidas sejam adotadas, incluindo um novo ato para fortalecer as forças policiais, bem como a introdução da vigilância biométrica.
“Está claro que devemos fazer tudo para proteger o povo da Alemanha de tais atos horríveis de violência. Para fazer isso, nossas autoridades de segurança precisam de todos os poderes necessários e mais pessoal”, pontuou Faeser à revista Spiegel.
O vice-chefe de um comitê de segurança no Bundestag (o Parlamento alemão) anunciou que convocaria uma sessão especial perguntando por que os avisos anteriores sobre o perigo representado pelo suspeito, identificado apenas como Taleb A., não foram atendidos. O homem preso mora na Alemanha desde 2006.
A principal oposição, a União Democrata Cristã, que está a caminho de formar o próximo governo após a eleição de fevereiro, pediu o fortalecimento dos serviços de inteligência.
“Não podemos mais ficar satisfeitos com o fato de que as informações sobre criminosos violentos e terroristas geralmente vêm apenas de serviços estrangeiros”, ponderou Guenter Krings, porta-voz da justiça da sigla, ao jornal Handelsblatt.
“É por isso que nossas autoridades de segurança alemãs precisam de mais poderes próprios para obter mais conhecimento próprio, especialmente na área digital”, adicionou.
Os serviços de segurança também devem ser capazes de remover pessoas perigosas da circulação com base em tal conhecimento, segundo Krings.
“A autoridade e a obrigação de cooperação oficial e troca de dados também devem ser melhoradas”, concluiu.
As regras de proteção de dados da Alemanha estão entre as mais rígidas da União Europeia, o que a polícia federal diz que os impediu de recorrer à vigilância biométrica até o momento.
A polícia da cidade de Bremerhaven, no noroeste, afirmou nesta segunda-feira (23) que prendeu um homem que ameaçou em um vídeo do TikTok cometer “crimes graves” no mercado de Natal local.
No vídeo, o homem disse que teria como alvo pessoas que parecessem árabes ou mediterrâneas no dia de Natal.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br