Imagine ligar para o fone fácil da sua conta bancária para saber o saldo da sua conta corrente e descobrir que você tem uma dívida de R$ 9 trilhões de reais?
A pergunta seguinte seria “mas quanto eu tenho para pagar?”, ao que a voz robótica responderia “você tem como pagar 80% da dívida, mas caso não faça nada, em 2030 a sua dívida vai assumir 100% da sua receita”.
Acredito que logo após a ligação, você pensaria em um plano para controlar os gastos, faria análise dos seus gastos fixos e variáveis, pensaria numa renegociação de alguns compromissos e construiria um plano para reduzir essa dívida.
Contudo, as atitudes após a ligação foram totalmente irresponsáveis com a sua atual condição econômica, pois você aumentou os gastos, não se preocupou com a estrutura dos seus custos e não apresentou um plano que mostrasse uma responsabilidade com as suas finanças.
Quais as consequências?
Seus credores irão perder a confiança em você. Não porque eles não gostam de você, mas sim porque o seu comportamento não demonstra responsabilidade, e a possibilidade de você não honrar alguns compromissos começa a ser considerada.
Pois bem, o personagem em questão chama-se Brasil, e alguns investidores o enxergam assim nos últimos 60 dias. As consequências são ainda mais nefastas:
Para evitar comentários de que “não foi apresentado uma solução para ajudar o momento atual”, merece destaque o estudo da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), que mostrou que seriam necessários superávits fiscais de 2,4% ao ano para estabilizar o crescimento da dívida.
Caso contrário, aponta-se que a dívida bruta do governo geral chegue a 86,3% ao final deste mandato de Lula, ultrapassando 90% já em 2027.
Depois disso tudo, será que pode piorar? Sim, pode!
E se eu concedesse um aumento para todos os meus funcionários via os proventos mensais que remuneram eles?
O salário mínimo teve uma alta de 7%, e em 2025 passará a ser R$ 1.518,00 (R$ 106,00 a mais).
Qual o impacto?
O acréscimo de cada R$ 1,00 ao salário mínimo tem impacto estimado de R$ 365,9 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. Desta forma, o governo tem um novo custo de R$ 38,9 bilhões.
A pergunta agora é, mas e as receitas para compensar essa despesa?
Na ausência desta e outras respostas, teremos um câmbio acima dos R$ 6,00, os juros em 15% – segundo o mercado futuro de renda fixa -, e os empresários brasileiros sem confiança para ativar a economia brasileira através de novos projetos e contratações.
Veja os 5 sinais de que as contas públicas do Brasil estão em risco
Fonte: www.cnnbrasil.com.br