O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao incluir o presidente chinês Xi Jinping na lista de convidados para sua cerimônia de posse, marcada para a próxima segunda-feira (20).
A decisão é vista como um gesto significativo no cenário internacional, considerando especialmente a retórica de campanha de Trump em relação à China.
Segundo avaliou a analista de Internacional Fernanda Magnotta durante o CNN 360º desta terça-feira (14), a lista de convidados de Trump revela uma clara intenção de usar politicamente o evento de posse para fortalecer as articulações com a direita internacional.
“A lista deixa claro que existe uma predileção, uma intenção de fazer claro o uso político desse evento, que é o evento de posse, para fortalecer uma articulação que já é bastante forte, já existe entre a direita internacional”, afirmou Magnotta.
Fortalecimento de alianças internacionais
A analista destaca que as lideranças da direita internacional vêm construindo instituições de aproximação desde 2016, com eventos como a eleição de Trump e o Brexit.
O convite para a posse seria, portanto, uma oportunidade não apenas de celebrar a vitória de um modelo de visão de mundo, mas também de criar efetivamente uma oportunidade de trocas entre essas lideranças.
Entre os convidados, estão representantes de países como Itália, Argentina e El Salvador, além do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Magnotta ressalta que essas figuras representam, em diferentes partes do mundo, os efeitos que a ascensão de Trump acabou gerando e elevando como uma espécie de “salvo-conduto”.
O caso excepcional de Xi Jinping
A presença de Xi Jinping na lista de convidados destoa dos demais nomes, considerando a relação complexa entre Estados Unidos e China.
Magnotta interpreta o convite como um “aceno importante do ponto de vista da sobrevivência pragmática” por parte de Trump.
Apesar da retórica de campanha ter sido de forte contraposição à China, e da expectativa de que a política externa de Trump adote medidas duras em relação a esse competidor, o convite a Xi Jinping demonstra uma abordagem mais pragmática nas relações internacionais.
O gesto de Trump em relação à China, em meio a uma lista predominantemente alinhada com a direita internacional, sinaliza uma possível estratégia de equilíbrio entre a ideologia política e as necessidades diplomáticas e econômicas dos Estados Unidos no cenário global.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br