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Autoridade dos EUA usa emojis em conversa sobre planos de guerra; veja

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Autoridades do alto escalão do governo Trump, incluindo o vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, incluíram por engano um jornalista em um grupo de mensagens que discutia ataques contra os Houthis do Iêmen, segundo uma reportagem da revista The Atlantic.

O governo Trump reconheceu que as mensagens, enviadas pelo aplicativo criptografado não governamental Signal, parecem ser autênticas, sem oferecer nenhuma explicação sobre o motivo pelo qual altos funcionários estavam discutindo informações de defesa nacional fora dos sistemas governamentais confidenciais aprovados.

Nas conversas divulgadas pela reportagem da The Atlantic, Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional, utiliza três emojis, um símbolo de soco, a bandeira americana e um fogo em uma mensagem — uma marca linguística amplamente informal.

O caso repercutiu devido à discussão do grupo: as autoridades estava se parabenizando pela aprovação e realização de ataques militares bem sucedidos ao grupo Houthi no Iêmen.

Conversa do grupo do governo Trump que acidentalmente compartilhou planos de guerra com jornalista do The Atlantic • Reprodução The Atlantic

Vance também é citado nos textos expressando preocupação sobre os ataques serem um “erro” e incerteza de que Trump estava ciente de como as ofensivas aos rebeldes Houthi seriam inconsistentes com as mensagens sobre a Europa.

“Não tenho certeza se o presidente está ciente de quão inconsistente isso é com sua mensagem sobre a Europa agora. Há um risco adicional de vermos um pico moderado a severo nos preços do petróleo. Estou disposto a apoiar o consenso da equipe e manter essas preocupações para mim. Mas há um forte argumento para adiar isso por um mês, fazendo o trabalho de mensagem sobre por que isso importa, vendo onde a economia está, etc.”,  Vance escreveu no chat do grupo Signal, de acordo com a The Atlantic.

Autoridades do governo Trump reagiram a esse elemento da reportagem – mas não houve nenhuma sugestão de que o uso do Signal para esse propósito levantasse preocupações de segurança nacional.

Em uma declaração à CNN, William Martin, diretor de comunicações do vice-presidente, disse: “A primeira prioridade do vice-presidente é sempre garantir que os assessores do presidente o informem adequadamente sobre a substância de suas deliberações internas”.

“O vice-presidente Vance apoia inequivocamente a política externa desta administração. O presidente e o vice-presidente tiveram conversas subsequentes sobre este assunto e estão em total acordo”, acrescentou.

 

A diretora de Inteligência Nacional (DNI) Tulsi Gabbard, o diretor da CIA John Ratcliffe, o diretor do FBI Kash Patel, o general da Força Aérea e diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA) Timothy Haugh e o tenente-general da Força Aérea e diretor da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) Jeffrey Kruse em audiência do Comitê de Inteligência do Senado no Capitólio em Washington, D.C., EUA • 25/03/2025 REUTERS/Kevin Lamarque

A diretora da Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, e o diretor da CIA, John Ratcliffe — ambos presentes no bate-papo — afirmaram em depoimento perante o Comitê de Inteligência do Senado nesta terça-feira (25) que nenhum material confidencial foi compartilhado no bate-papo em grupo no Signal, um aplicativo de mensagens comerciais criptografadas.

Mas senadores democratas expressaram ceticismo, observando que o jornalista, Jeffrey Goldberg, editor-chefe da Atlantic, relatou que o secretário de Defesa Pete Hegseth publicou detalhes operacionais sobre ataques pendentes contra os houthis do Iêmen, alinhados ao Irã, “incluindo informações sobre alvos, armas que os EUA estariam empregando e sequência de ataques”.

A revelação feita na segunda-feira causou indignação e descrença entre especialistas em segurança nacional e levou os democratas — e alguns dos colegas republicanos do presidente Donald Trump — a pedir uma investigação do que eles chamaram de uma grande violação de segurança.

“Sou da opinião de que deveria haver demissões, a começar pelo conselheiro de Segurança Nacional e pelo secretário de Defesa”, disse o senador democrata Ron Wyden, do Oregon, na audiência.

Trump, no entanto, expressou apoio à sua equipe de Segurança Nacional quando questionado sobre o incidente em um evento na Casa Branca nesta terça-feira com Michael Waltz, seu conselheiro de Segurança Nacional que, por engano, adicionou Goldberg à discussão sobre o sinal.

Trump afirmou que o governo iria investigar o uso do Signal, mas disse que Waltz não deveria se desculpar pelo caso.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, D.C. • 13/03/2025 REUTERS/Evelyn Hockstein

Entenda o caso

De acordo com a Atlantic, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz convocou no início deste mês uma conversa por texto com altos funcionários dos EUA, incluindo o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Estado Marco Rubio, para discutir ataques ao grupo Houthi no Iêmen que estavam ameaçando a navegação internacional no Mar Vermelho.

Waltz, aparentemente acidentalmente, adicionou o editor-chefe do Atlantic Jeffrey Goldberg ao grupo.

As mensagens começaram com uma discussão sobre quando a ação deveria ser lançada, enquanto Goldberg acompanhava.

Os ataques foram realizados e as autoridades se parabenizaram por um trabalho bem feito durante uma breve discussão depois da ofensiva antes de Goldberg se retirar do grupo.

Hegseth – que, de acordo com a The Atlantic, enviou “detalhes operacionais de próximos ataques ao Iêmen” durante a conversa – negou na segunda-feira que os planos de guerra tenham sido discutidos por mensagem de texto, apesar do reconhecimento anterior do governo Trump de que as mensagens pareciam autênticas.

Segundo uma apuração da CNN, de acordo com a reportagem da The Atlantic, autoridades do governo de Trump que estavam no grupo sobre o Iêmen com jornalista incluíram:

  • JD Vance: vice-presidente dos EUA
  • Michael Waltz: conselheiro de Segurança Nacional
  • Pete Hegseth: secretário de Defesa
  • Marco Rubio: secretário de Estado
  • Tulsi Gabbard: diretora de Inteligência Nacional
  • John Ratcliffe: diretor da CIA
  • Susie Wiles: chefe de gabinete da Casa Branca
  • Steve Witkoff: enviado especial ao Oriente Médio
  • Stephen Miller: conselheiro de Segurança Interna
  • Jeffrey Goldberg: editor-chefe da The Atlantic

Com informações da Reuters e da CNN Internacional.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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