O presidente dos Estados Unidos Joe Biden fez um discurso de despedida no Salão Oval nesta quarta-feira (15) enquanto se prepara para encerrar seu mandato na próxima semana.
Esta é a quinta vez que Biden se dirige à nação no Salão Oval, tendo feito o último discurso em 24 de julho, quando anunciou que estava desistindo da corrida presidencial de 2024.
O discurso acontece após Biden ter garantido um acordo de cessar-fogo em Gaza nesta quarta, cerca de 15 meses depois do início do conflito em 7 de outubro.
Biden, em seu discurso de despedida, saudou as instituições democráticas que governam os Estados Unidos da América.
“Depois de 50 anos no centro de tudo isso, sei que acreditar na ideia da América significa respeitar as instituições que governam uma sociedade livre — a presidência, o Congresso, os tribunais, uma imprensa livre e independente”, afirmou o presidente americano.
“Nosso sistema de separação de poderes, freios e contrapesos. Pode não ser perfeito, mas manteve nossa democracia por quase 250 anos, mais do que qualquer outra nação na história que já tentou um experimento tão ousado”, ele acrescentou.
Biden encorajou os americanos a permanecerem envolvidos no processo democrático, mesmo que isso possa ser frustrante. “Temos que permanecer engajados no processo. Sei que é frustrante. Uma chance justa é o que faz a América, a América”, disse o presidente durante o discurso.
Legado
Refletindo sobre seu legado e as realizações de sua administração, o presidente Joe Biden disse que espera que elas durem por muitos anos.
“Levará tempo para sentir o impacto total do que fizemos juntos. Mas as sementes foram plantadas, crescerão e florescerão por décadas”, disse Biden no discurso de despedida desta quarta-feira.
Ele listou algumas das realizações de sua presidência, incluindo a redução dos preços de medicamentos prescritos para idosos, a aprovação de leis de segurança de armas e a ajuda a veteranos para obter assistência médica.
Biden também elogiou as realizações da política externa e destacou como ele “fortaleceu a Otan”.
“A Ucrânia ainda é livre, e nós nos destacamos em relação à nossa concorrência com a China e muito mais”, disse o presidente americano.
“Desenvolvimento de oligarquias nos EUA”
O presidente americano, durante seus comentários finais, alertou sobre uma “oligarquia” em desenvolvimento nos EUA, ao enfatizar a importância de manter os ultra-ricos nas mesmas expectativas dos cidadãos da classe média e trabalhadora.
“Quero alertar o país sobre algumas coisas que me preocupam muito. E essa é uma preocupação perigosa. Essa é a perigosa concentração de poder nas mãos de poucas pessoas ultra-ricas e as consequências perigosas se seu abuso de poder não for controlado”, disse Biden.
Ele acrescentou: “Hoje, uma oligarquia está tomando forma na América de extrema riqueza, poder e influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos e uma chance justa para todos progredirem”.
O presidente fez referência à concentração de poder há mais de um século nas mãos de “barões ladrões”, que foram quebrados por práticas antitruste, uma questão que Biden tornou prioridade durante sua administração mais de um século depois.
“Eles não puniram os ricos. Eles apenas fizeram os ricos jogarem pelas regras que todos os outros tinham que jogar. Os trabalhadores queriam direitos para ganhar sua parte justa”, disse Biden.
“Eles foram envolvidos no acordo, e isso nos ajudou a trilhar o caminho para construir a maior classe média e o século mais próspero que qualquer nação do mundo já viu. Temos que fazer isso de novo”, acrescentou.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br