O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou piora clínica, com elevação da pressão aterial e piora de exames laboratoriais, de acordo com boletim médico (leia a íntegra abaixo) divulgado pelo Hospital DF Star na manhã desta quinta-feira (24).
Bolsonaro será submetido a novos exames de imagem ainda hoje. Ele permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não tem previsão de alta.
O ex-chefe do Executivo está hospitalizado desde o último dia 12, quando passou mal durante agenda no Rio Grande do Norte. Transferido para Brasília, Bolsonaro passou por extensa cirurgia para desobstrução intestinal e segue na UTI desde então.
Desde que foi internado, a equipe médica tem compartilhado boletins diários sobre a recuperação do ex-presidente. No entanto, na quarta-feira (23) não foi divulgado boletim médico.
Leia a íntegra do boletim
“O Hospital DF Star informa que o ex-Presidente Jair Bolsonaro permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório. Apresentou piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos. Será submetido hoje a novos exames de imagem.
Continua em jejum oral e com nutrição parenteral exclusiva. Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa. Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI.”
Visitas restritas
Apesar de orientação contrária dos médicos, Bolsonaro tem recebido a visita de aliados na UTI do hospital em Brasília. Na terça-feira (22), o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, esteve junto ao ex-mandatário.
Já ontem foi a vez do pastor Silas Malafaia se encontrar com Bolsonaro.
Intimação
Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Bolsonaro fosse intimado para apresentar defesa no âmbito da acusação de tentativa de golpe de Estado.
O ex-chefe do Executivo recebeu a visita de uma oficial de justiça no período da tarde.
À CNN, Bolsonaro relatou que a oficial de justiça entrou na UTI com o documento para que ele assinasse, permanecendo no local por mais de dez minutos. O momento da intimação foi registrado em vídeo.
O que diz o STF
Por meio de nota, a Suprema Corte informou que a participação do ex-presidente em uma transmissão ao vivo na última terça-feira (22) demonstrou a possibilidade de intimação para que ele apresente sua defesa.
“A citação dos réus (Núcleo 1) informando o início da ação penal e a intimação para apresentação de defesa foram determinadas em 11 de abril. Todos os réus já haviam sido citados entre os dias 11 e 15 de abril”, diz o comunicado.
“Em virtude da internação do ex-Presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça. A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, concluiu o STF.
Entidades repudiam gravação
Na manhã desta quinta-feira, o Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (Sindojaf) e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR) publicaram nota em que repudiam o fato de a oficial de justiça que intimou Bolsonaro ter sido exposta em vídeo.
“Entendemos que decisões judiciais podem causar desconforto ou insatisfação às partes envolvidas, o que é natural no curso de processos judiciais. Contudo, a manifestação da inconformidade deve ocorrer por meio dos instrumentos legais disponíveis, e não através de práticas que atentam contra a dignidade dos agentes públicos no cumprimento de seu dever”, lê-se na nota conjunta.
“Diante disso, repudiamos de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da Oficiala de Justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade”, continua o documento.
As entidades destacaram ainda que prestarão apoio à oficial de justiça e tomarão medidas cabíveis “para responsabilização de atos que visem constranger ou intimidar Oficiais de Justiça no exercício de sua função pública”.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br