O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu as investigações sobre o assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, no Aeroporto de Guarulhos, em 8 de novembro — ele era réu por homicídio, lavagem de dinheiro e delator de integrantes do crime organizado. Nesta sexta-feira (14), a Polícia Civil remeteu o relatório de quase 500 páginas ao Poder Judiciário.
O trabalho final detalhou o envolvimento de cada suspeito no crime individualizando a conduta de cada um. Os delegados representaram pela conversão da prisão temporária em preventiva de seis pessoas por homicídio. Outras duas foram indiciadas por favorecimento, auxiliando na fuga dos criminosos.
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“As investigações chegam ao final nesta etapa. O inquérito traz provas técnicas robustas para que possamos amparar o Ministério Público em sua denúncia. Nós daremos continuidade ainda a demais investigações e eventuais participações de outras pessoas”, afirmou o delegado-geral, Artur Dian.
De acordo com a Polícia Civil, a execução foi encomendada por Emílio Carlos Gongorra, o “Cigarreiro”, com a ajuda de Diego Amaral, o “Didi”. A motivação foi vingança, conforme interceptações telefônicas realizadas pelos policiais. “A gente tem provas técnicas de que eles são os mandantes do crime, temos extração de nuvem, mensagens, há diálogos falando que a motivação seria uma vingança”, afirmou a delegada Luciana Peixoto.
Além dos dois, uma terceira pessoa, apontada como olheiro no dia do crime, segue foragida. Três policiais militares que executaram o assassinato seguem presos no Presídio Militar Romão Gomes. Os PMs, conforme os delegados, foram contratados para o crime por meio do homem que atuou como olheiro. “Fizemos um grande trabalho de análise de dados e telemática que colocam eles no local do crime”, explicou a delegada.
Conclusão das investigações
O secretário-executivo da Segurança Pública, delegado Osvaldo Nico Gonçalves, coordenador da força-tarefa criada para investigar o crime, afirmou que a Polícia Civil “encerrou um ciclo” importante da investigação. Ainda há outros três inquéritos abertos no DHPP para demais apurações.
Ao longo de 126 dias, dezenas de policiais participaram das investigações. O inquérito policial possui cerca de 20 mil páginas. A equipe analisou 6 terabytes de arquivos no período, entre imagens, áudios e demais informações obtidas com as quebras de sigilo e buscas realizadas autorizadas pela Justiça. “O material foi visto, revisto, discutido em uma sala isolada. Os policiais não pararam nesse tempo. Contamos com uma força-tarefa com um trabalho de campo vasto durante esses meses”, detalhou a chefe do DHPP, delegada Ivalda Aleixo.
Fonte: www.agenciasp.sp.gov.br