Fotos: Caminhada ocorrida na cidade de Marília/SP no dia 30 de janeiro passado.
por Emerson da Silva dos Santos (Professor Emerson)
Há muitos anos atrás ouvia que no século XXI a doença mais incapacitante e que afastaria os profissionais de suas funções seriam as doenças mentais.
Lá trás confesso que não conseguia ainda ter uma noção de como isso poderia ocorrer, lembrando que lia isso em pesquisas realizadas há uns 20 anos atrás.
Pois bem, chegamos no século XXI e depois de uma pandemia ficou muito claro o que aconteceria com nossa sociedade e como as doenças mentais afetariam nossa população.
Infelizmente pelo estilo de vida e pela ideologia capitalista tudo se tornou descartável e nesse descarte incluiu-se o ser humano.
Nesse contexto o que mais vemos crescer são doenças como depressão, ansiedade, síndrome do pânico entre outras que fazem suas vítimas, que até então eram casos distantes e hoje é possível constatar que em toda família temos pessoas que passa por algum tipo de sofrimento que afeta sua saúde mental, psíquica e existencial.
Nessa esteira desse descarte e de uma liquidez social, onde nada é mais previsível, as pessoas em muitas situações estão com medo e insegurança do futuro.
Junta-se à essa fragilidade o pouco caso que os administradores públicos fazem em investir em órgãos que possam atender essa população que necessitam de tratamento em especial as que procuram o sistema público de saúde e assistência social.
Realizar atividade do Janeiro Branco é lembrar que é possível iniciarmos uma nova história com um final diferente daquele que estávamos preocupados e também cobrar dos poderes públicos ações para que as pessoas não sofram mais nas portas das Unidades da Saúde da Família (USF), Unidades Básicas de Saúde(UBS) ou numa Unidade de Pronto Atendimento(UPA), e quando chegarem nesses locais sejam acolhidas e tenham um atendimento digno.
Que essas pessoas procurem um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) ou um Centro de Referência Atendimento Social (CRAS) e saiam com soluções e a esperança que encontrou um espaço que vai realmente reescrever o rumo da história de vida dessa pessoa.
Participar de eventos como a Caminhada Pela Vida é celebrar a vida, relembrar que podemos transformar nossa história e também buscar forças para continuar nossa luta, principalmente para trazer dignidade e saúde mental para quem mais precisa.
*Emerson da Silva dos Santos, Professor Doutor em Psicologia da Educação, Especialista em Transtorno do Espectro Autista, Coordenador Diocesano da Comunidade Eclesial de Base (CEBs) na região de Marilia, Professor de Matemática e Ciências na rede particular