O presidente Lula anunciou Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, no lugar de Alexandre Padilha. Na dança das cadeiras dos ministérios, a chegada de Gleisi é vista como um fortalecimento dos círculos de confiança de Lula – e um afastamento do Congresso.
A nova ministra prometeu diálogo com as demais siglas e lideranças políticas, além de buscar uma construção conjunta com partidos aliados, com a Câmara e com o Senado Federal. Ela também agradeceu ao presidente Lula pela vaga.
Com imensa responsabilidade recebo do presidente @LulaOficial a conduçäo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo.
É…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 28, 2025
A posse está marcada para o dia 10 de março.
A escolha de Gleisi pesa frente à equipe econômica do governo – especialmente entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A presidente do PT, junto do ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem criticado publicamente decisões da Fazenda – que consideram muito “fiscalistas”. Quanto ao Banco Central, Gleisi reiteradamente condena o patamar dos juros e trata Galípolo como uma “vítima” das decisões do ex-presidente do banco, Roberto Campos Neto.
Alas do Legislativo apostam que a nova ministra vai ajudar a criar um “núcleo duro” no Planalto, buscando fortalecer o discurso para as eleições de 2026.
Lula vê Gleisi como uma articuladora política forte – especialmente durante a passagem dela pela Casa Civil, no primeiro governo de Dilma Rousseff.
Mesmo assim, parte da base governista teme que Gleisi piore a relação, que já é ruim, entre o governo e o Congresso. O grupo defendia para o posto um nome mais relacionado ao Centrão. A petista encontra dificuldades na articulação no baixo clero das casas e mantém posição crítica às emendas parlamentares.
A visão de Gleisi sobre as verbas agrada, por sua vez, os ministros do Supremo Tribunal Federal. A avaliação da Corte é que a deputada tem um discurso alinhado ao de Flávio Dino, com posicionamentos duros frente à rastreabilidade e ao tamanho dos recursos.
* com informações de Thais Herédia e Jussara Soares, da CNN Brasil
Fonte: www.cnnbrasil.com.br