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Colombianos marcham em apoio às reformas de Petro

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Leonardo Wexell Severo

14/06/2023

Con­vo­cados pelas cen­trais sin­di­cais e mo­vi­mentos po­pu­lares, cen­tenas de mi­lhares de co­lom­bi­anos ocu­param as ruas de Bo­gotá, Cali, Me­dellín, Bar­ran­quilla, Ibagué e mais de 200 ci­dades dos 32 de­par­ta­mentos do país na quarta-feira, 7, para exigir do Con­gresso Na­ci­onal a apro­vação das re­formas tra­ba­lhista, pre­vi­den­ciária e da saúde apre­sen­tadas pelo pre­si­dente Gus­tavo Petro.

Na ca­pital, a “Toma de Bo­gotá” reuniu uma mul­tidão que lotou a praça Bo­lívar e inundou vá­rias qua­dras nas ime­di­a­ções com car­tazes e faixas res­pal­dando o pre­si­dente, que se fez pre­sente ao lado da vice-pre­si­dente, Francia Már­quez, de mi­nis­tros e do pre­si­dente do Con­gresso Na­ci­onal, Ale­xander López Maya (do go­ver­nista Pacto His­tó­rico).

As cen­trais sin­di­cais, con­fe­de­ra­ções de apo­sen­tados e pen­si­o­nistas e or­ga­ni­za­ções co­mu­ni­tá­rias aplaudem o sen­tido “pro­gres­sivo” das re­formas. No caso da saúde, es­cla­recem, “busca re­cu­perar di­reitos, re­mover pri­vi­lé­gios dos po­de­rosos grupos pri­vados e re­tirar do ne­gócio do grande ca­pital fi­nan­ceiro os 84 tri­lhões de pesos (cerca de US$ 20 bi­lhões) em saúde que ma­ni­pulam atu­al­mente as En­ti­dades Pro­mo­toras de Saúde (EPS) e os 360 tri­lhões de pesos (US$ 95 bi­lhões) das Ad­mi­nis­tra­doras de Fundos de Pensão (AFP)”.

Entre ou­tros avanços, ex­plicam as en­ti­dades, “a re­forma tra­ba­lhista in­troduz es­ta­bi­li­dade no em­prego, re­dução da ter­cei­ri­zação e in­ter­me­di­ação de mão de obra, pleno exer­cício das li­ber­dades sin­di­cais, di­reitos de as­so­ci­ação, ne­go­ci­ação co­le­tiva, e ga­rantia do di­reito de greve”. Além disso, re­gu­la­menta o tra­balho rural, do­més­tico e dos en­tre­ga­dores. E por fim, re­cu­pera o adi­ci­onal no­turno a partir das 18 horas, 100% dos do­mingos e fe­ri­ados e o con­trato de apren­di­zagem como em­prego.

A co­ber­tura pre­vi­den­ciária é am­pliada para re­duzir a po­breza, for­ta­lecer a Ad­mi­nis­tra­dora Co­lom­biana de Pen­sões (Col­pen­si­ones), atender os mais vul­ne­rá­veis por meio de renda na ve­lhice e para o Es­tado me­lhorar suas con­di­ções fis­cais. “É uma re­forma para pagar dí­vidas so­ciais, su­pe­rando a con­cor­rência entre os re­gimes cri­ados pela lei pri­va­ti­za­dora 100/93, es­ta­be­le­cendo uma com­ple­men­ta­ri­dade”, co­me­moram as li­de­ranças sin­di­cais e po­pu­lares.

“É por conta dos inú­meros avanços apon­tados que há uma cam­panha mi­diá­tica dos po­deres econô­micos e po­lí­ticos do es­ta­blish­ment ne­o­li­beral e da ex­trema di­reita contra o go­verno de Petro, pois são re­formas es­sen­ciais para a jus­tiça so­cial e o de­sen­vol­vi­mento do país”, as­se­gurou o pre­si­dente da Cen­tral Uni­tária de Tra­ba­lha­dores (CUT), Fran­cisco Maltés. De acordo com Maltés, “a força desta mo­bi­li­zação de­monstra o enorme res­paldo po­pular ao pro­jeto de Petro, im­pul­si­o­nando para que tra­mitem mais ra­pi­da­mente no Con­gresso Na­ci­onal”. Fi­nal­mente, apontou, “exige dos se­tores que querem der­rubar o pre­si­dente com um golpe de Es­tado que res­peitem a ins­ti­tu­ci­o­na­li­dade, pois o povo está nas ruas”.

“Unir para go­vernar”

O pre­si­dente Petro agra­deceu o apoio e disse ser esta apenas “a an­tes­sala, o pre­lúdio, dos mi­lhões que mar­charão co­nosco”. Após des­tacar o sig­ni­fi­cado de con­so­lidar uma ampla frente com o prin­cípio de “unir para go­vernar”, o pre­si­dente se com­pro­meteu a am­pliar os di­reitos tra­ba­lhistas, ga­rantir a pre­vi­dência e a saúde pú­blicas e de qua­li­dade para o con­junto da po­pu­lação, e con­denou os que se acos­tu­maram aos “ba­ca­nais do poder” e “co­que­téis com ban­queiros”, “ser­vindo ao grande ca­pital e ao nar­co­trá­fico”.

Se­gundo o líder co­lom­biano, é esta “máfia que pra­ticou o ge­no­cídio, ma­tando cen­tenas de mi­lhares em go­vernos san­gui­ná­rios e de fossas co­muns” que vêm ten­tando sa­botar “as mu­danças que o país aprovou nas urnas”. Para isso, de­nun­ciou, em ar­ti­cu­lação com os “donos dos meios de co­mu­ni­cação”, buscam criar um clima para o golpe, in­ven­tando men­tiras e for­jando “pes­quisas”.

Sus­ten­tado nesta de­ter­mi­nação po­pular, disse Petro, “che­garei até onde vocês qui­serem, porque este go­verno está a ser­viço do povo”. Em con­so­nância com este ideal, in­formou que irá avançar com mais duas re­formas no pró­ximo se­mestre: as da Lei 30 da edu­cação su­pe­rior, “para que a ju­ven­tude tenha acesso ao di­reito de ser edu­cado” e dos ser­viços pú­blicos, “a fim de que o usuário seja pri­o­ri­zado” e não o pro­pri­e­tário pri­vado. “Foram as re­formas que nos gri­tavam nas praças antes de ga­nhar a Pre­si­dência. Es­pe­ramos que o Con­gresso saiba ouvir este apelo e este pe­dido res­pei­toso”, su­bli­nhou.

Mas para que os avanços acon­teçam e a Colômbia seja uma po­tência mun­dial de vida, rei­terou o líder, “não te­nham pre­guiça de sair às ruas”. “Este será o país da be­leza e dos afetos, das mu­lheres e da ju­ven­tude, da po­esia e das pa­la­vras, em que nin­guém morre de fome ou de sede. O povo co­lom­biano não será mais es­cravo nem dei­xará co­locar gri­lhões. Não da­remos ne­nhum passo atrás!”, sa­li­entou Petro.

Para Francia Már­quez, a in­ten­si­dade e a vi­bração do evento são ex­pres­sões da dis­po­sição de luta por “re­formas que de­vol­verão a dig­ni­dade ao povo co­lom­biano”.

“Obri­gado Colômbia por acom­pa­nhar o go­verno da mu­dança, obri­gado pela fir­meza, pela de­di­cação, pelo com­pro­misso. Aqui es­tamos com a dig­ni­dade que sempre nos ca­rac­te­rizou, de­fen­dendo os di­reitos do nosso povo, do país, dos mais ex­cluídos e mar­gi­na­li­zados”, con­cluiu a vice-pre­si­dente.

Le­o­nardo We­xell Se­vero é jor­na­lista.

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