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Marília

Como oferecer presentes a Iemanjá no Réveillon?

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“Ela mora no mar, ela brinca na areia, no balanço das ondas, a paz ela semeia” — os versos da canção “Lendas das Sereias”, lançada em 1976 como samba-enredo da escola Império Serrano e que se popularizou na voz de Marisa Monte, podem ressoar como um chamado à reflexão sobre fé, cultura e ancestralidade.

No Brasil, país de rica diversidade religiosa, as práticas das religiões de matriz afro-brasileira, como a Umbanda e o Candomblé, ainda enfrentam preconceito e intolerância.

Apesar das adversidades e violências enfrentadas, a tradição de oferecer presentes a Iemanjá, a “Rainha do Mar”, na virada do ano, transcende o simples ritual de celebração, sendo um gesto carregado de significado e reverência.

Desde os tempos iniciais, umbandistas, candomblecistas e simpatizantes têm o costume de ir ao mar na virada do ano para realizar oferendas em homenagem a Iemanjá.

Alexandre Meireles, babalorixá, xamã, historiador e dirigente há 28 anos do terreiro de Umbanda Círculo de Irradiações Espirituais São Lázaro, na zona sul de São Paulo, explica à CNN que a ritualística atraiu um número crescente de pessoas ao longo do tempo, consolidando-se como uma tradição no Rio de Janeiro que, posteriormente, se espalhou por todo o país e virou o ano novo brasileiro.

Assim, Alexandre enfatiza a importância de evitar a apropriação ou a banalização desse patrimônio cultural, ressaltando que é preciso enxergar o ritual como um ato de resistência — uma maneira de preservar a ancestralidade e honrar tradições carregadas de séculos de história, espiritualidade e também de luta.

O que Iemanjá representa?

De maneira resumida, Iemanjá é uma das mais reverenciadas divindades do panteão iorubá. Aos que acreditam, ela é a mãe que acolhe, protege e renova.

Além disso, é um orixá que cuida das cabeças, principalmente dos aspectos psicoespirituais. Inclusive, representa as águas salgadas e seu arquétipo está associado ao cuidado, à fertilidade e à purificação.

Como preparar a sua oferenda?

O babalorixá orienta que, ao oferecer flores para Iemanjá, é preferível retirar o caule, já que a flor, sendo biodegradável, irá boiar e flutuar no mar sem poluir a praia.

Caso seja lançada na areia, ela ainda pode enfeitar o local, em vez de sujá-lo. Além disso, ele ressalta que é possível utilizar alfazema ou perfume, desde que o vidro seja descartado, e reforça a importância de evitar itens de plástico, como pentes, ou barquinhos de isopor, que são extremamente prejudiciais ao meio ambiente. “Pelo amor de Deus, isso não dá pra fazer”, alerta.

Outro gesto recomendado é abrir uma champanhe branca, estourá-la e derramar um pouco no mar, lavando as mãos com as ondas. Ele também sugere pular sete ondas, fazendo um pedido a cada salto ou reforçando o mesmo pedido sete vezes, enquanto as águas passam pelas pernas. “Esse é um momento de oração, de exercício da fé, em que o pensamento e o coração atuam juntos, fortalecendo a conexão com as forças do mar sob a regência de Iemanjá”, conclui.

Importante: antes de colocar as oferendas no mar, peça licença à Rainha das Águas. Isso demonstra não só respeito espiritual, mas também um profundo reconhecimento à força da natureza e à cultura afro-brasileira.

Comunidade de pescadores na Praia de Itapuã na cidade de Salvador (BA) celebrando o dia de Iemanjá 02/02/2022 – Foto: FILIPE BARBOSA/FUTURA PRESSESTADÃO CONTEÚDO

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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