A polícia da Coreia do Sul está formalmente reunindo evidências para iniciar um caso contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, que é acusado de obstrução da execução de um mandado de prisão, afirmou um porta-voz da polícia nesta sexta-feira (21).
Um tribunal sul-coreano emitiu um mandado de prisão contra Yoon no dia 31 de dezembro após ele ser investigado e acusado por insurreição, seguindo seu decreto de lei marcial no ano passado.
O mandado, no entanto, não foi executado até 15 de janeiro – o presidente desobedeceu às ordens e utilizou o Serviço de Segurança Presidencial para bloquear os investigadores por vários dias.
Desde então, a polícia também passou a investigar a hipótese de obstrução especial de dever público, crime pelo qual Yoon deve ser formalmente indiciado nos próximos dias. A pena para essa infração é de até cinco anos de prisão, segundo a lei da Coreia do Sul.
Yoon Suk Yeol disse que sua curta declaração de lei marcial em 3 de dezembro não constituiu insurreição, uma das duas únicas acusações das quais um presidente em exercício não é imune.
Os advogados do presidente afastado também argumentaram repetidamente que a prisão dele foi politicamente motivada e que o mandado era inválido devido a falhas na forma como a investigação foi conduzida.
Nesta sexta-feira (21), um dos advogados dele acusou os investigadores de buscar mandados de busca e obtenção registros de comunicação em vários tribunais.
“Com seus mandados rejeitados pelo Tribunal Distrital Central de Seul, o Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO) enviou mandados ao Tribunal Distrital Ocidental de Seul”, disse o advogado Yoon Kab-keun.
Os tribunais e o CIO, que liderou a investigação, não puderam ser contatados imediatamente para comentar.
A imunidade da maioria das acusações criminais terminará se Yoon for destituído pelo Tribunal Constitucional, que está nas fases finais de deliberação sobre seu impeachment.
O Tribunal Constitucional disse na quinta-feira (20) que a corte ouvirá as declarações finais de Yoon Suk Yeol e do parlamento na próxima audiência do julgamento sobre se deve destituí-lo ou restaurar seus poderes presidenciais.
Analistas preveem que uma decisão poderá ser tomada em março.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br