O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) acionou, na última terça-feira (11), o Ministério Público Federal (MPF) contra o cantor Oruam por divulgar dois sites ilegais de apostas.
O documento com a denúncia reúne imagens publicadas pelo cantor nas redes sociais, fazendo publicidade das plataformas “Festa7” e “Xiyou”, dois sites de apostas on-line que operam sem autorização do Ministério da Fazenda.
Kataguiri pede ao MPF que promova medidas judiciais para responsabilizar Oruam, bem como encaminhe a denúncia para a Polícia Federal e Receita Federal, visando a apuração de eventuais crimes relacionados, como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, tanto por parte do cantor quanto das empresas de aposta.
Na denúncia, Kataguiri afirma que a publicidade de empresas sem autorização, impulsionada por pessoas famosas, agrava a concorrência desleal em relação às operadoras que seguem as normas, além de aumentar o risco aos consumidores pela falta de fiscalização.
“Influenciadores e celebridades promovem essas plataformas, muitas vezes sem informar sobre sua legalidade duvidosa, induzindo milhões de seguidores a confiar e investir nelas. Isso aumenta os riscos aos consumidores, que podem ser prejudicados pela falta de fiscalização sobre pagamentos, possíveis fraudes e a ausência de garantias quanto à lisura das apostas”, afirma o deputado.
A CNN tenta contato com a equipe de Oruam para comentar sobre o assunto.
Projeto Anti-Oruam
Na última semana, Kim Kataguiri também protocolou o chamado “projeto Anti-Oruam” na Câmara dos Deputados. O projeto de lei proíbe apologia ao crime organizado e ao consumo de drogas em shows e eventos contratados pelo Governo Federal.
O texto aguarda definição do presidente da Câmara para começar a tramitar. O projeto recebeu este nome após a vereadora de São Paulo, Amanda Vettorazzo, apresentar um projeto similar na Câmara Municipal em janeiro.
Ao divulgar a proposta nas redes sociais, a vereadora escreveu: “quero proibir o Oruam de fazer shows em São Paulo! Chega de cantores de funk e rap fazendo apologia explícita ao crime organizado. Facções são inimigas e devem ser tratadas como tal. Em São Paulo, não!”, publicou.
Batizado como Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, de 23 anos, Oruam despontou no cenário do trap nacional em 2021. O cantor é filho de Marcinho VP, preso desde 1996 e apontado como líder de uma organização criminosa no Rio de Janeiro.
Na última terça-feira (11), o cantor se manifestou sobre o projeto de lei nas redes sociais.
“Eles sempre tentaram criminalizar o funk, o rap e o trap, coincidentemente o universo fez um filho de traficante fazer sucesso. Eles encontraram a oportunidade perfeita para isso, virei pauta política, mas o que vocês não entendem que a lei anti-Oruam não ataca só o Oruam, mas todos os artistas da cena”, escreveu.
*Sob supervisão de Ronald Johnston
Fonte: www.cnnbrasil.com.br