O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, afirmou à CNN que o governo federal deve reconsiderar o envio de uma embaixadora para a posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
A manifestação ocorre após a líder da oposição no país, María Corina Machado, ser detida em um protesto contra Maduro em Caracas. Ela foi liberada, segundo informações da organização Human Rights Watch para as Américas. O governo Maduro nega a prisão.
“Este episódio reforça ainda mais a necessidade de o governo brasileiro rever a decisão de enviar a embaixadora em Caracas, à posse do Maduro que, se mantida, representará não só o reconhecimento de sua eleição como de suas práticas antidemocráticas”, afirmou Redecker.
O governo brasileiro planejava enviar a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Oliveira, para a posse Maduro, marcada para esta sexta-feira (10). No entanto, conforme mostrou a CNN, após a repercussão sobre a prisão de María Corina, o Itamaraty reavalia o envio.
Audiência
O presidente da comissão avaliou a prisão da líder como uma “atrocidade praticada por um regime autoritário”. Em dezembro do ano passado, a comissão realizou uma audiência virtual com a participação de Corina.
Na ocasião, a opositora lembrou que o governo brasileiro chegou a pedir as atas eleitorais sobre as eleições, após suspeitas de fraude no pleito realizado em 28 de julho, mas a solicitação não foi atendida por Nicolás Maduro. Diante da negativa, o Brasil não reconheceu a eleição venezuelana.
“Em dezembro, nós a recebemos virtualmente na Comissão de Relações Exteriores, onde expôs a prática da perseguição, prisão, tortura e assassinatos de opositores como política de Estado do Maduro. O Brasil, bem como toda a comunidade internacional deve condenar de forma contundente essa arbitrariedade”, disse Redecker.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br