O Dia das Mães é celebrado todo segundo domingo de maio e, enquanto muitas famílias celebram com flores, abraços e mensagens de carinho, outras enfrentam o silêncio da ausência e a dor da saudade.
Para entender o sentimento que vem à tona na data celebrada em todo o mundo, a CNN conversou com Blenda Oliveira, doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).
A especialista explica que esses sentimentos não precisam ser evitados e que neste momento do ano, é comum que a dor seja sentida de forma mais intensa, justamente pela comemoração que se faz em torno da data.
“Isso acontece porque a data evoca um ideal de mãe, de relacionamento entre mãe e filho(a), que muitas vezes não existe na prática. Então, a dor é maior porque a data reacende esse ideal e gera comparações”, diz.
A psicóloga ainda dá dicas de como enfrentar a pressão social de celebrar o Dia das Mães, quando se está em luto e ressalta que o importante é respeitar o que está sentindo.
“Muitas vezes, o filho ou filha quer ficar sozinho na data e impor esse limite, inclusive comunicando o quão está difícil esse momento. Outro ponto importante, a meu ver, é evitar certos gatilhos, como abrir as redes sociais e ver as inúmeras postagens falando de mães e filhos”, acrescenta.
Blenda ainda explica que, dependendo do processo de luta da pessoa, é possível que ela queira ver fotos, ouvir música e até se reunir com a família. “Relembrar ou até reviver alguns momentos pode ser importante para a pessoa. Por exemplo, ir a um restaurante que a mãe gostava ou até fazer um prato que era preferido por ela pode ser uma forma de honrar a memória da mãe”.
Por fim, a especialista salienta que “os primeiros anos costumam ser os mais dolorosos porque há uma desconstrução do papel, a elaboração do sentimento de perda e a tentativa constante de equilibrar a balança entre o que poderia ter sido e o que realmente foi”.
No entanto, ela diz que depois, a “data vai ganhando um tom mais saudoso e menos sofrido, ficando mais evidente as lembranças do que as dores, dependendo sempre do caso”.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br
