As diferenças entre Israel e o Hamas em relação a um possível acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza diminuíram, de acordo com comentários de autoridades israelenses e palestinas nesta segunda-feira (23), embora lacunas cruciais ainda não tenham sido preenchidas.
Uma nova tentativa dos mediadores Egito, Catar e Estados Unidos de acabar com os combates e libertar reféns israelenses e estrangeiros ganhou impulso neste mês, embora ainda não tenha sido relatado maior avanço.
Uma autoridade palestina familiarizada com as negociações afirmou que, embora alguns pontos problemáticos tenham sido resolvidos, a identidade de alguns dos prisioneiros palestinos a serem libertados por Israel em troca de reféns ainda não foi acordada, juntamente com o posicionamento preciso das tropas israelenses em Gaza.
Isso vai ao encontro de comentários do ministro da diáspora israelense, Amichai Chikli, que destacou que ambas as questões ainda estão sendo negociadas. No entanto, disse ele, as partes estão muito mais próximas de chegar a um acordo do que estiveram durante meses anteriores.
“Esse cessar-fogo pode durar seis meses ou dez anos, depende da dinâmica que se formará no terreno”, pontuou Chikli à rádio Kan, de Israel. Muito do que acontecerá dependerá das potências que estarão administrando e reabilitando Gaza após o fim dos combates, afirmou ele.
A duração do cessar-fogo tem sido um ponto de atrito fundamental em várias rodadas de negociações fracassadas. O Hamas quer o fim da guerra, enquanto Israel busca primeiro o fim do domínio do grupo armado em Gaza.
“A questão do fim total da guerra ainda não foi resolvida”, comentou a Autoridade Palestina.
O ministro israelense Zeev Elkin, integrante do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse à Rádio do Exército de Israel que o objetivo é encontrar uma estrutura de acordo que resolva essa diferença durante uma segunda etapa do cessar-fogo.
Chikli argumentou que o primeiro estágio seria uma fase humanitária que duraria 42 dias e incluiria a libertação de reféns.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br