O Brasil ocupa a 107ª posição no mais recente Índice de Percepção da Corrupção, divulgado pela Transparência Internacional.
Em entrevista à CNN, o diretor executivo da organização, Bruno Brandão, detalhou os fatores que levaram à queda do país no ranking.
O índice, considerado o mais abrangente e longevo medidor de corrupção no mundo, é baseado na percepção de especialistas sobre o problema em 180 países e territórios. Brandão explica que, devido à natureza oculta da corrupção bem-sucedida, o índice se baseia em avaliações de empresários, investidores, juristas e acadêmicos que estudam ou trabalham com o tema.
Orçamento secreto e emendas parlamentares
Um dos principais fatores destacados por Brandão para a queda do Brasil no ranking é o uso indevido de emendas parlamentares.
O diretor executivo aponta três impactos sistêmicos desse esquema:
- Destruição da capacidade do Brasil de formular políticas públicas com bases técnicas;
- Explosão da corrupção no nível local, com bilhões de reais sendo direcionados a municípios sem capacidade de controle;
- Distorção no processo eleitoral, com a reeleição favorecida para quem tem acesso às emendas.
Receita para combater a corrupção
Brandão ressalta que os países bem-sucedidos no combate à corrupção compartilham três elementos essenciais:
- Instituições sólidas, confiáveis e democráticas;
- Leis eficazes que permitem o enfrentamento e a prevenção da corrupção;
- Uma cidadania bem informada, consciente, livre e ativa na defesa de seus interesses e direitos.
O diretor enfatiza que, embora a receita seja simples de compreender, sua aplicação é desafiadora.
Para o Brasil melhorar sua posição no ranking, será necessário um esforço conjunto de fortalecimento institucional, aprimoramento legislativo e engajamento cidadão na luta contra a corrupção.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br