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EUA: Caça “Frankenstein“ feito com partes recicladas se junta à Força Aérea

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A Força Aérea dos EUA chama de “Frankenjet”, um caça furtivo costurado a partir de partes de dois F-35 destruídos em acidentes, que agora está em serviço e pronto para o combate. O nome faz referência ao livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, em que o personagem Victor Frankenstein junta partes de diversos corpos para uma nova criatura.

“O ‘Frankenjet’ está totalmente operacional e pronto para apoiar o combatente”, afirmou um relatório do Escritório do Programa Conjunto (JPO) do F-35 das Forças Armadas nesta quarta-feira (10).

A aeronave de guerra reciclada tem origens em 2014, quando um F-35A prestes a decolar em uma missão de treinamento da Base Aérea de Eglin, na Flórida, sofreu uma “falha catastrófica do motor”, segundo um relatório da Força Aérea sobre o incidente.

A aeronave, conhecida como AF-27, também sofreu danos graves na parte traseira. Pedaços de um braço do rotor do motor fraturado “cortaram a carcaça do ventilador do motor, o compartimento do motor, um tanque interno de combustível e as linhas hidráulicas e de combustível antes de saírem pela fuselagem superior da aeronave”, concluiu uma investigação.

O incêndio resultante queimou dois terços da parte traseira do caça, afirmou a investigação.

Em 8 de junho de 2020, o trem de pouso dianteiro de outro F-35A, conhecido como AF-211, falhou ao pousar na Base Aérea de Hill, em Utah, resultando em danos graves ao avião de guerra, segundo relatos sobre o incidente.

Assim, a Força Aérea ficou com duas peças utilizáveis ​​de caças de US$ 75 milhões – o nariz do AF-27 e a traseira do AF-211.

“Em vez de dar como prejuízo os dois jatos… as equipes tomaram uma decisão ousada em 2022 de remover o nariz do AF-27 e colocá-lo no AF-211 para maximizar a economia e adicionar novamente uma aeronave operacional à frota”, afirmou um relatório do F-35 JPO.

Funcionário da Base Aérea de Hill, em Utah, reposiciona uma seção de nariz recuperada de uma fuselagem F-35 usando um novo Sistema de Manutenção Mobil em outubro de 2023. • US Air Force via CNN Newsource

Scott Taylor, engenheiro mecânico chefe da fabricante Lockheed Martin, colocou o esforço em perspectiva em um comunicado à imprensa de 2023.

“Todas as seções da aeronave podem ser desmontadas e remontadas teoricamente, mas isso nunca foi feito antes”, falou Taylor. “Este é o primeiro F-35 ‘Frankin-bird’ até hoje. Isso é história.”

O trabalho foi realizado na Base Aérea de Hill, com “ferramentas, acessórios e equipamentos especializados, totalmente novos e exclusivos”, afirmava o comunicado de imprensa da Força Aérea de 2023.

Quase dois anos e meio de reparos foram recompensados ​​em janeiro, quando o Frankenjet voou pela primeira vez, da Base Aérea de Hill para as instalações do F-35 da Lockheed Martin em Fort Worth, Texas.

“O primeiro voo da aeronave reconstruída foi realizado no limite do envelope de desempenho, e ela teve um desempenho como se tivesse acabado de sair da linha de produção inicial”, relatou Jeffrey Jensen, engenheiro-chefe da variante F-35A, em um comunicado à imprensa.

No final do mês passado, o Frankenjet foi levado de volta à Base Aérea de Hill e designado para a 338ª Ala de Caça, a mesma unidade à qual o AF-211 pertencia originalmente.

O comunicado militar estimou o custo do projeto em US$ 11,7 milhões (aproximadamente 69 milhões de reais) afirmando que economizou ao Pentágono e aos contribuintes US$ 63 milhões (aproximadamente 370 milhões de reais) em relação ao custo de uma nova aeronave de substituição.

A Força Aérea dos EUA possui 383 F-35As em sua frota, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

O F-35A é uma das três versões do caça furtivo das Forças Armadas dos EUA. O Corpo de Fuzileiros Navais opera o F-35B – uma aeronave de decolagem curta e pouso vertical – e a Marinha opera o F-35C, projetado para operações em porta-aviões.

Os F-35 também se tornaram uma escolha popular para aliados e parceiros dos EUA, com outros 17 países operando ou adquirindo os jatos, segundo a Lockheed Martin.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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