“É um sistema que funciona muito mal”, afirmou o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sobre a forma como os deputados são eleitos na Câmara. O magistrado também defendeu ser necessário dialogar sobre um novo sistema eleitoral na Casa, que hoje ocorre em votação proporcional, mas com votos nos partidos.
No modelo atual, os eleitores votam nos candidatos e as cadeiras são distribuídas segundo a proporção de votos que cada partido recebeu.
“Muito problemático o distanciamento que ocorreu no Brasil entre a sociedade civil e a classe política, ressaltou.
“É um sistema em que o eleitor vota em quem ele escolhe e, portanto, ele tem a sensação de que tem liberdade e escolha. Porém o voto dele não vai para o candidato dele, vai para o partido. Na prática, o que acontece é um sistema em que o eleitor não sabe exatamente quem elegeu e o eleito não sabe exatamente quem o colocou lá. Um não tem de quem cobrar e o outro não tem a quem prestar contas. É um sistema que funciona muito mal”, disse Barroso durante um painel em evento do BTG na capital paulista.
Barroso destacou ainda que ele e “a maior parte dos ministros do Supremo e boa parte da classe política” defendem o modelo distrital misto, em que o deputado é eleito com a votação majoritária de candidatos divididos por distritos dentro de cada estado.
Segundo apuração da CNN, a Câmara dos Deputados deve criar, neste ano, uma comissão para analisar o voto distrital misto.
O líder do PSD, deputado Antonio Brito (BA), defende um projeto de 2017, do então senador José Serra (PSDB-SP), sobre a mudança eleitoral. A proposta está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Fonte: www.cnnbrasil.com.br