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González diz que trabalha para entrar na Venezuela e que Maduro deu “golpe de Estado”

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O líder da oposição da Venezuela, Edmundo González, disse nesta sexta-feira (10) em um vídeo postado no X que o presidente venezuelano Nicolás Maduro violou “a constituição e a vontade soberana do povo venezuelano expressa em 28 de julho”.

Segundo González, Maduro deu um “golpe de Estado, se autocoroou ditador, não tem o apoio do povo, não tem o apoio de nenhum governo que se respeite como democrático”.

O líder da oposição também afirmou que ainda está trabalhando para conseguir entrar na Venezuela e assumir a presidência e o comando das Forças Armadas Nacionais, “conforme determina a Constituição e conforme ordenado pelo povo”.

“Represento a vontade de quase 8 milhões de venezuelanos dentro do país e de milhões de compatriotas que foram impedidos de votar no exterior, e tenho o dever de defender esse compromisso”, ele acrescentou.

Posse de Maduro

Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, nesta sexta-feira (10).

A posse acontece em meio a um cenário de turbulência política, no qual Maduro enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.

EUA aumentam recompensa por prisão de Maduro

Também nesta sexta, os Estados Unidos impuseram sanções a oito autoridades venezuelanas e aumentaram para US$ 25 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro.

As novas autoridades sancionadas incluem o recentemente nomeado chefe da empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA, Hector Obregon, e o ministro dos Transportes da Venezuela, Ramon Velasquez.

Sanções internacionais contra autoridades da Venezuela

Além dos EUA, outros países anunciaram sanções contra autoridades da Venezuela.

O Reino Unido, por exemplo, anunciou medidas contra 15 pessoas associadas ao governo venezuelano, argumentando que elas são responsáveis ​​por violações de direitos humanos e por minar a democracia e o Estado de direito.

O Canadá, por sua vez, impôs sanções a 14 autoridades atuais ou que já integraram o governo da Venezuela, alegando que eles estiveram envolvidos em atividades que apoiaram violações de direitos humanos.

A União Europeia também anunciou medidas do tipo, incluindo 15 integrantes do Conselho Eleitoral Nacional, do judiciário e das forças de segurança.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar.

O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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