O governo federal tem pregado cautela e insistido em um processo de negociações perante o tarifaço dos Estados Unidos e a nova iniciativa do presidente Donald Trump de adiar, em 90 dias, as tarifas recíprocas maiores que 10%, com exceção da China, cujos produtos serão taxados em 125%.
O Brasil não chegou a ser afetado diretamente pela medida anunciada nesta quarta-feira (9), pois já tinha sofrido a imposição do piso da taxa adicional, de 10%.
Nos bastidores, o Itamaraty reforça que as conversas com os americanos continuam a nível técnico para tratar de produtos brasileiros afetados. Entre eles, aço e alumínio. Uma nova reunião virtual deve acontecer ainda nesta semana.
Há também um entendimento de que as conversas constituem um processo, requerem tempo, e não vai sair qualquer decisão de imediato.
Nesta quarta-feira, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), ressaltou que a guerra comercial não é ruim somente para o Brasil, mas para o mundo.
“O Brasil ficou com a menor tarifa. Mas, nós entendemos que não deveria ter, porque os EUA têm superavit na balança comercial com o Brasil. Dos 10 produtos que mais exportam, oito a alíquota é zero. A tarifa média final de todos os produtos é de 2,7%. O caminho é do diálogo, da negociação. Vamos trabalhar no sentido de reduzir essa alíquota”, declarou.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou que “tudo que fizer conosco, haverá reciprocidade”. O mandatário, porém, frisou que ainda não há medida concreta para retaliar, e enfatizou que “nós vamos utilizar todas as palavras de negociação que o dicionário permitir”.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br