A imersão em gelo ou água fria, também conhecida como crioimersão, tem se popularizado entre atletas, celebridades e influenciadores devido aos seus benefícios, como redução do processo inflamatório dos músculos e alívio da ansiedade. Agora, um novo estudo mostrou que a prática também pode ajudar a diminuir o estresse, melhorar o sono e promover maior qualidade de vida.
O artigo, publicado no jornal científico PLOS One no dia 29 de janeiro, mostra que a imersão em água fria pode oferecer benefícios a curto prazo, reduzindo os níveis de estresse por cerca de 12 horas após a prática.
“A imersão em água fria tem sido amplamente pesquisada e usada em contextos esportivos para ajudar atletas a se recuperarem, mas, apesar de sua crescente popularidade entre os círculos de saúde e bem-estar, pouco se sabe sobre seus efeitos na população em geral”, diz Tara Cain, pesquisadora da Universidade do Sul da Austrália (UniSA), em comunicado à imprensa.
“Neste estudo, notamos uma série de resultados dependentes do tempo. Primeiro, descobrimos que a imersão em água fria pode reduzir os níveis de estresse, mas por apenas cerca de 12 horas após a exposição”, acrescenta a pesquisadora. “Também notamos que os participantes que tomaram banhos frios de 20, 60 ou 90 segundos relataram pontuações de qualidade de vida ligeiramente maiores. Mas, novamente, depois de três meses, esses efeitos desapareceram.”
Já em relação ao sono, o estudo descobriu que existe uma ligação entre imersão em água fria e maior qualidade de sono. Porém, os dados foram restritos aos homens, segundo os pesquisadores, então sua aplicação é mais limitada.
O trabalho analisou dados de 11 estudos com 3.177 participantes no total. Os pesquisadores dizem que, embora as descobertas destaquem os possíveis benefícios da imersão em água fria, elas também ressaltam que esses efeitos dependem altamente do tempo e do contexto.
“Seja você um atleta de elite ou alguém que busca bem-estar diariamente, é importante entender os efeitos do que você submete seu corpo”, diz Cain.
“Atualmente, não há pesquisa de alta qualidade suficiente para dizer exatamente quem se beneficia mais ou qual é a abordagem ideal para a imersão em água fria. Mais estudos de longo prazo, entre populações mais diversas, são necessários para entender seus efeitos duradouros e aplicações práticas.”
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br