O Papa Francisco marca nesta quinta-feira (13) o 12º aniversário de sua eleição como líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo. Internado há quase um mês em um hospital em Roma, ele luta contra uma infecção respiratória.
Os últimos boletins do Vaticano sobre a condição de saúde do papa de 88 anos afirmaram que ele está melhorando e não está mais em perigo imediato. Eles não disseram quando ele terá alta do hospital.
Francisco foi eleito papa pelos cardeais em 13 de março de 2013. Contudo, a permanência contínua no hospital desde 14 de fevereiro muda o tom de como os católicos celebram o dia.
O cardeal Michael Czerny, uma autoridade sênior do Vaticano conhecida como próxima de Francisco, chamou o aniversário da nomeação do papa de “um motivo de gratidão”.
Ele disse: “Este ano, sua doença nos torna especialmente conscientes (do aniversário), especialmente gratos a Deus e redobrando nossas orações por sua recuperação completa.”
Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio na Argentina, é o primeiro papa da América do Sul.
Eleito pontífice aos 76 anos, ele agiu rapidamente para causar impacto. Ao longo de 12 anos, ele reorganizou a burocracia do Vaticano, escreveu quatro importantes documentos de ensino, fez 47 viagens ao exterior para mais de 65 países e criou mais de 900 santos.
No geral, Francisco é amplamente visto como alguém que tenta abrir a Igreja para o mundo moderno.
Entre as principais decisões, ele permitiu que padres oferecessem bênçãos a casais do mesmo sexo caso a caso e nomeou mulheres para servir como líderes de escritórios do Vaticano pela primeira vez.
Ele também realizou cinco grandes cúpulas do Vaticano dos bispos católicos do mundo para discutir questões contestadas, como a ordenação de mulheres e a mudança dos ensinamentos sexuais da Igreja.
David Gibson, um acadêmico dos EUA que acompanhou o papado de perto, disse que Francisco “passou a parecer o papa indispensável” para muitos católicos.
“Francisco realmente redefiniu as expectativas sobre o que um papa deveria ser: um pastor que acolhe a todos e não julga ninguém de boa vontade”, afirmou Gibson, diretor do Centro de Religião e Cultura da Fordham University.
No entanto, a agenda do papa incomodou alguns católicos, incluindo alguns cardeais seniores. Eles o acusaram de diluir os ensinamentos da Igreja em questões como casamento entre pessoas do mesmo sexo, divórcio e novo casamento, e de se concentrar excessivamente em questões políticas como as mudanças climáticas.
Em relação à questão de abuso sexual do clero católico, enquanto Francisco criou a primeira comissão papal sobre o assunto, grupos de sobreviventes questionaram sua eficácia e pediram ao papa que criasse políticas de tolerância zero mais firmes.
Recuperação do papa
Francisco é conhecido por trabalhar até a exaustão e continuou seu trabalho no hospital. Mas, ao iniciar seu 13º ano como papa, não está claro se ele conseguirá manter o ritmo normal depois de receber alta do hospital.
Médicos não envolvidos em seus cuidados disseram que ele provavelmente enfrentará um longo e difícil caminho para a recuperação, dada sua idade e outras condições médicas, que limitaram sua mobilidade.
A prolongada ausência pública alimentou especulações de que ele poderia escolher seguir seu antecessor Bento XVI e renunciar ao papado. Mas seus amigos e biógrafos insistiram que ele não tem planos de renunciar.
Grande parte da agenda do papa para 2025 gira em torno do Ano Santo Católico, que encheu seu calendário com audiências com grupos de peregrinos vindo a Roma. A Igreja espera 32 milhões de peregrinos durante o ano.
Francisco também está planejando pelo menos uma viagem ao exterior. Ele quer viajar para a Turquia para a celebração do 1.700º aniversário de um grande concílio cristão de bispos na antiga Niceia, agora a moderna cidade de Iznik.
Autoridades do Vaticano esperam que ele se esforce para fazer a viagem, mesmo que ela tenha que ser adiada para além de maio, quando foi planejada.
Muitos católicos também esperam que Francisco continue falando sobre questões políticas conhecidas como importantes para ele, como o tratamento de imigrantes e conflitos globais.
Três dias antes de ir para o hospital, Francisco criticou duramente a repressão à imigração do presidente dos EUA, Donald Trump, em uma carta aberta aos bispos católicos dos Estados Unidos.
“O Papa Francisco ofereceu ao mundo visão e liderança”, disse Marie Dennis, uma conselheira do Vaticano e ex-líder de uma organização católica internacional focada em questões de paz mundial.
“Ele é exatamente o que nosso mundo quebrado, violento e confuso precisa agora”, ela acrescentou.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
