O processo começou quando o GGN denunciou, em março deste ano, uma licitação supostamente dirigida da Zona Azul da Prefeitura de São Paulo, cujo grupo vencedor foi o BTG-Estapar
O Jornal GGN, que tem como editor Luís Nassif, está proibido de publicar ou manter no ar o que já divulgou obre o Banco BTG Pactual. A decisão é do juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, que estipulou uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. O processo começou quando o GGN denunciou, em março deste ano, uma licitação supostamente dirigida da Zona Azul da Prefeitura de São Paulo, cujo grupo vencedor foi o BTG-Estapar.
“Semanas atrás, depois que passei a divulgar o caso, fui alvo de um processo do BTG Pactual – instituição que tem como sócio, hoje em dia, o ex-Ministro da Justiça e ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim. Evidentemente, a intenção é me calar. Pergunta-se: hoje em dia há uma imprensa que promete resistir a Bolsonaro. Mas a liberdade de imprensa conseguirá resistir ao poder financeiro e aos métodos do BTG Pactual?”, disse na ocasião Luís Nassif.
Segundo o GGN, houve um direcionamento nítido com uma série de condições que apontavam previamente a vitória do grupo BTG-Estapar. A primeira delas era o valor inicial da outorga.
“O correto é que esse valor guarde correspondência com o faturamento previsto no edital. É a maneira de garantir isonomia na licitação, e não a vitória do grupo mais capitalizado. O segundo, foi a obrigatoriedade de o grupo ter experiência em estacionamento. Só a BTG possuía essa dupla condição”, publicou na época. Outro problema era a não previsão no edital das chamadas receitas acessória, provenientes da exploração do banco de dados de 2,6 milhões de motoristas que passariam a ser usuários do novo cartão.
Venda de crédito
Mais recentemente o GGN vinha publicando reportagens relacionadas à compra de carteiras de crédito de R$ 2,9 bilhões do Banco do Brasil pelo BTG Pactual por apenas 10% do valor.
“O Banco do Brasil anunciou, no início do mês, a venda de carteiras de crédito de R$ 2,9 bilhões, a maior parte em perdas, a um fundo administrado pelo banco BTG Pactual, fundado nos anos 80 pelo hoje ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes. A operação chamou a atenção por se tratar da primeira cessão de carteira do Banco do Brasil a uma entidade financeira que não integra o conglomerado e pela falta de transparência sobre os possíveis lucros, ou como o BTG teria a capacidade de recuperar as perdas desse suposto crédito podre”, publicou o site.