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Júri de flamenguista acusado por morte de palmeirense começa hoje (19)

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O Tribunal do Júri começa a julgar Jonathan Messias Santos da Silva, de 33 anos, nesta segunda-feira (19). O torcedor flamenguista é réu pela morte de Gabriela Anelli, uma torcedora palmeirense de 23 anos, que morreu após ser atingida no pescoço por uma garrafa de vidro durante uma confusão entre torcidas rivais perto do Allianz Parque, em São Paulo, no dia 8 de julho de 2023.

De acordo com apuração da CNN, o julgamento ocorre no Fórum Criminal da Barra Funda, a partir das 9h30, e contará com a presença de dez testemunhas do caso, além do próprio réu.

Saiba quem é o suspeito de atirar garrafa que matou palmeirense

O incidente ocorreu durante uma partida do Campeonato Brasileiro entre Palmeiras e Flamengo. A vítima foi hospitalizada em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu dois dias depois. O laudo do Instituto Médico Legal indicou que a morte foi causada por “hemorragia aguda externa traumática”. Outro torcedor também ficou ferido na confusão.

Inicialmente, um suspeito havia sido detido pelo incidente. No entanto, essa prisão foi revogada após a apresentação de vídeos às autoridades que sugeriam que a garrafa de vidro teria sido arremessada por outra pessoa.

Investigação

Após investigações, a polícia paulista apontou Jonathan Messias como o responsável pela morte. Ele foi identificado como o principal suspeito através de câmeras de reconhecimento facial instaladas na região do estágio. Jonathan foi preso em sua residência no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro, em 25 de julho, e posteriormente levado para São Paulo para depoimento.

Jonathan Messias era professor e diretor-adjunto de uma escola municipal no Rio de Janeiro. Ele não possuía antecedentes criminais antes deste caso, e após sua prisão, a prefeitura do Rio de Janeiro o afastou de suas funções.

As investigações policiais, incluindo a análise de vídeos, levaram à conclusão de que Jonathan Messias foi o único a arremessar uma garrafa no momento em que Gabriela foi atingida.

As imagens mostram Jonathan pegando uma garrafa no chão e a arremessando pelo espaço entre os tapumes que separavam as torcidas. A polícia realizou uma sincronização de áudio e som com os vídeos para identificar o momento do arremesso e excluir outras possibilidades.

O delegado responsável afirmou que, após arremessar a garrafa, Jonathan trocou de roupa antes de entrar no estádio, momento em que foi identificado pelo reconhecimento facial.

A diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo, afirmou que o trabalho da perícia e da investigação indica que o objeto arremessado por Jonathan é o único que poderia ter atingido a torcedora. Ela rebateu a alegação da defesa de que os vídeos eram editados, afirmando que pegaram os vídeos do momento de interesse sem edição.

Análise 3D

Uma análise pericial em 3D foi realizada pelo Instituto de Criminalística de São Paulo para recriar o acidente. Essa perícia utilizou anotações, fotografias convencionais e aéreas com drone, um escaneamento a laser do local, e vídeos de celulares de testemunhas.

O resultado da análise 3D reforçou a possibilidade de que Jonathan Messias Santos teria arremessado o objeto que atingiu Gabriela. O laudo pericial 3D observou que Jonathan se encontrava em um local com boa visualização e que o lançamento foi feito em direção a uma abertura nas chapas metálicas, mesmo com a presença de Guardas Civis Metropolitanos e outras pessoas na trajetória.

O vão do portão tinha aproximadamente 0,70 metro e estava a cerca de 3,15 metros de Jonathan no momento do lançamento. Os peritos concluíram que as imagens “robustecem a possibilidade já mencionada em laudo anterior” de que Jonathan arremessou a garrafa. Esta análise pericial ainda seria confrontada com outras interpretações, como o laudo do IML e dados da investigação policial.

Indiciamento e réu

Jonathan Messias Santos da Silva foi indiciado pela polícia por homicídio doloso na modalidade de dolo eventual por motivo fútil. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) aceitou a denúncia do Ministério Público, tornando-o réu.

A juíza Marcela Raia Sant’Anna converteu a prisão temporária de Jonathan para prisão preventiva, entendendo a medida como imprescindível para a garantia da ordem pública, devido à gravidade e natureza hedionda do crime, motivado por ódio à torcida adversária.

Em fevereiro de 2024, a Justiça de São Paulo decidiu que Jonathan Messias Santos da Silva seria julgado por júri popular. A juíza manteve a prisão preventiva, negando o direito de recorrer em liberdade, citando a gravidade do crime e o fato de o réu ter ido para seu estado sem se apresentar às autoridades.

Outro lado

Durante as investigações e processo, a defesa de Jonathan declarou que ele era inocente, contestando as provas, e argumentando que não há base legal para sua detenção.

A defesa contratou uma perícia particular que, segundo eles, constatou a impossibilidade de comprovação da materialidade de que Jonathan  teria arremessado a garrafa que atingiu a vítima. Jonathan se manteve calado durante o interrogatório policial.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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