Os líderes da União Europeia decidiram apoiar uma iniciativa conjunta para financiar o aumento do orçamento de defesa dos países do bloco.
A reunião, convocada às pressas, serviu como uma declaração de apoio dos europeus para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. E também como demonstração de que o continente pretende abandonar a dependência dos Estados Unidos como protagonistas na defesa militar do “bloco ocidental”.
Os 27 países da União Europeia endossaram a criação de novas iniciativas de defesa e aprovaram uma linha de crédito de 150 bilhões de euros para financiar os projetos.
O grupo também deu aval para a flexibilização das regras fiscais que limitam o endividamento dos países europeus, abrindo caminho para o aumento dos investimentos militares.
Apesar do consenso, as medidas ainda precisam de aprovação de cada legislativo nacional.
“Estamos saindo desta reunião do Conselho Europeu muito determinados a garantir a segurança da Europa e a agir com a escala, a velocidade e a determinação que a situação exige. Estamos determinados a investir mais, melhor e mais rápido juntos. De Paris a Londres a Bruxelas, mostramos que estamos dispostos e somos capazes de aumentar nosso esforço conjunto e nos coordenarmos efetivamente”, afirmou Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
A ampliação do financiamento à Ucrânia é uma tentativa de cobrir a suspensão da ajuda americana a Kiev.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ainda que avalia revogar a permissão de residência dada a mais de 240 mil ucranianos refugiados em solo americano.
Também no encontro desta quinta-feira (6), os chefes de governo europeus expuseram um otimismo cauteloso em relação à oferta francesa de expandir o guarda-chuva nuclear do país para todo o continente.
Hoje, esse papel é dos Estados Unidos. mas o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na quarta-feira (5) que não é mais possível garantir que a Casa Branca estará “ao lado dos europeus” no esforço de guerra contra a Rússia.
Já o Kremlin, por outro lado, afirmou que a proposta de Macron é “uma ameaça direta”. A chancelaria russa ainda classificou o discurso como uma “chantagem nuclear”.
“Ao contrário dos seus antecessores, que também tentaram lutar contra a rússia — Napoleão, Hitler — o senhor Macron não age com graça, porque ele disse claramente: nós precisamos conquistar a Rússia. Precisamos derrotar a Rússia”, afirmou Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores do país.
A Rússia e os Estados Unidos são as maiores potências nucleares do planeta, com quase 5 mil ogivas cada. A China vem em seguida, com 500. Segundo o cálculo da Federação dos Cientistas Americanos, a França tem apenas 290 armas nucleares à disposição.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br