A necessidade de uma relação mais próxima do governo com os parlamentares, em especial por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é cobrada por deputados como uma das mudanças para o próximo ano.
A CNN apurou que, para a cúpula da Câmara, as dificuldades na articulação política com o Executivo ultrapassam a necessidade de uma reforma ministerial. Os deputados esperam de Lula uma postura mais próxima e de maior interlocução.
Entre as lideranças na Câmara, há o sentimento de que Lula tinha mais abertura com deputados e senadores nos seus mandatos anteriores, inclusive para confraternizações informais.
Deputados ouvidos pela reportagem afirmam que, com dois anos de governo, Lula teve menos reuniões com bancadas e lideranças do que Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Nos bastidores, a avaliação é de que pesa para o ambiente político a construção de uma relação para além do pragmatismo. A falta de um diálogo aberto entre Planalto e Congresso é vista como um dos obstáculos para uma base mais sólida no Legislativo e para apoio consolidado e fiel de partidos de centro.
Na avaliação de integrantes da cúpula da Câmara, quem de fato entrega votos ao governo são as siglas de centro, a exemplo da votação de propostas do pacote de gastos que dividiram parte da base aliada. As matérias foram votadas com menos de um mês de negociações.
Nesta semana, na véspera do recesso parlamentar, os deputados aprovaram três propostas elaboradas pela equipe econômica do governo. Os textos chegaram no fim de novembro, após várias semanas de negociações. O timing foi criticado por congressistas, que avaliaram como curto o tempo para análise e votação das matérias.
Apesar de críticas sobre o pacote de ajuste fiscal ter sido “desidratado”, a avaliação interna da cúpula da Câmara é que mudanças eram inevitáveis e que o governo poderia ter atuado mais na articulação. Ainda assim, líderes negam que as alterações terão impactos significativos.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br