O presidente francês Emmanuel Macron viajou ao Líbano nessa sexta-feira (17) pela primeira vez desde 2020 para ajudar a acelerar a formação de um governo que possa implementar reformas rapidamente e abrir as portas para a reconstrução.
Desde uma trégua mediada pela França e pelos Estados Unidos em novembro entre Israel e o Hezbollah apoiado pelo Irã, Paris tem desempenhado um papel fundamental em ajudar a quebrar o impasse político do Líbano, junto com os Estados Unidos e a Arábia Saudita, que agora recebeu um novo presidente e primeiro-ministro.
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, recebeu Macron na chegada ao aeroporto de Beirute.
Como um antigo protetorado francês, Beirute tem fortes laços históricos com Paris, mas o relacionamento tem se complicado nos últimos anos.
Macron gastou muito capital político em 2020 em um esforço fracassado para convencer os atores libaneses a apoiar reformas políticas e financeiras após a explosão do porto de Beirute que destruiu bairros inteiros e matou mais de 200 pessoas.
“Em três meses, ajudamos o Líbano a passar da escalada à recuperação e a abrir uma nova página de esperança”, comentou o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, que foi ao Líbano com Macron, no parlamento durante um debate sobre a política francesa para o Oriente Médio.
“Com apoio popular, amplo consenso interno e apoio internacional, o novo executivo libanês pode agir decisivamente para restaurar a soberania do estado e reconstruir o Líbano.”
Antes da viagem, uma fonte da presidência francesa informou aos repórteres que o objetivo era ressaltar a importância da soberania do Líbano, ajudá-lo em direção a reformas econômicas estruturais que restaurariam a confiança internacional e garantiriam que houvesse um governo unido capaz de impulsionar a mudança.
Macron também falou com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, antes da visita.
A França tentou fazer com que a Arábia Saudita se envolvesse novamente no Líbano por meses e a chegada de Joseph Aoun à presidência e Nawaf Salam como primeiro-ministro ajudou nesse processo.
Autoridades francesas disseram estar otimistas de que a Arábia Saudita forneceria financiamento e equipamento para reforçar as Forças Armadas Libanesas. As forças armadas visam se fortalecer em todo o país e assumir o controle do sul do Líbano como parte do plano de trégua de 60 dias que deve ver as tropas israelenses se retirarem até o final de janeiro.
“Macron está tentando se recuperar de um arquivo que ele acompanhou com grande atenção, mas no qual ele se enroscou bastante”, disse um diplomata libanês.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br