O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou neste sábado (1°) a sua candidatura à presidência do Senado. Fez o anúncio depois de discursar na tribuna no plenário com o tempo de candidato.
“Eu quero oficializar aqui a minha retirada da minha candidatura, porque fui eu prejudicado por uma questões de censura. Só ontem que a imprensa descobriu que eu existia como candidato. Não fui de forma democrática um candidato, estou retirando porque ficou inviável a possibilidade de uma eleição”, disse.
Em sua fala, alegou ser o “maior” perseguido político do país e criticou o que chamou de “censura” imposta por medidas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A maior perseguição política da história partindo de um único ministro. Infelizmente com a conivência da Mesa do Senado, sou único senador da história do Brasil que enquanto exerce seu mandato está censurado com redes sociais bloqueadas, salários bloqueados […] Tive meu passaporte civil e diplomático suspenso”, afirmou Do Val.
O discurso foi feito antes da votação para a presidência do Senado. Disputam o cargo os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), considerado o favorito, Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) também anunciou a retirada da sua candidatura.
Segundo Do Val, a democracia não pode ser um “sistema seletivo”. Ele afirmou que a sua presença na Casa foi alvo de multa de R$ 50 mil imposta por Moraes. Na tribuna, Do Val apresentou uma grande lista do que chamou de “violações” dos seus direitos.
Marcos Do Val é investigado em um inquérito que apura “possível prática de crimes de obstrução de investigações de organização criminosa e de incitação de crime”. É alvo de proibição do uso de redes sociais e teve o passaporte apreendido. A última decisão sobre a suspensão de suas redes foi determinada em agosto do ano passado.
No inquérito, que corre sob sigilo, a Polícia Federal apura ataques a delegados da instituição e ao STF, incluindo Moraes. A investigação também mira o blogueiro Oswaldo Eustáquio.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br