O Dia Mundial de Combate à Meningite, reconhecido nesta quinta-feira (24), foi criado para aumentar a conscientização sobre medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento para a doença. No Brasil, a doença é considerada endêmica, com mais de 233 mil casos registrados entre 2010 e 2014.
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também pode ocorrer a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
O diagnóstico de meningite é feito através de exame de sangue e da coleta do líquido cefalorraquidiano (liquor), feitos em laboratório para detectar o agente que está causando a infecção.
Também existem novas opções de testes rápidos que oferecem o diagnóstico em cerca de uma hora, como o QIAstat-Dx, um teste PCR multiplex direto rápido. O exame identifica até 15 diferentes agentes como responsáveis pelos quadros da doença, entre fungos, vírus e bactérias, sendo esses dois últimos os mais comuns.
“É uma ferramenta laboratorial que funciona por meio de uma metodologia de PCR em tempo real, que identifica diretamente o DNA ou RNA do agente infeccioso. A testagem é feita com a coleta do líquido cefalorraquidiano em um procedimento de punção na lombar. Após uma etapa de manipulação, a amostra já pode seguir para avaliação. Quando pensamos nos casos de meningite bacteriana, o uso precoce do antibiótico correto pode evitar sequelas e reduzir a ocorrência dos casos fatais”, explica Allan Munford, gerente regional LATAM de Marketing para diagnósticos Sindrômicos da QIAGEN.
O teste rápido foi integrado ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), com cobertura obrigatória pelos planos de saúde privados recentemente. De acordo com o comunicado da QIAGEN, o exame deve estar disponível para toda a população brasileira no Sistema Único de Saúde (SUS) dentro dos próximos meses.
Importância do diagnóstico rápido
Os sintomas da meningite bacteriana e viral são similares. O primeiro tipo é, geralmente, mais grave, de acordo com o Ministério da Saúde, e pode causar sintomas como febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como convulsões, delírio, tremores e coma.
Já no caso da meningite viral, também é possível ter febre, dor de cabeça e rigidez na nuca, além de náusea, vômito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência e aumento da sensibilidade à luz.
Diante disso, o diagnóstico rápido e diferencial é importante para a definição do tratamento adequado. Para tratamento das meningites bacterianas, é comum o uso de de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso. Também é recomendado o tratamento de suporte, com reposição de líquidos e assistência.
Para as meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral, as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente.
“Quando falamos de meningite, cada minuto conta e é preciso adotar com urgência o tratamento mais indicado para cada caso, seja com a administração de antibióticos ou outros cuidados clínicos. Apresentando sintomas bastante similares, até então levava cerca de dois ou três dias para saber se o paciente estava infectado por um vírus ou uma bactéria causadora da doença, mas agora, em apenas uma hora este exame dá o resultado”, aponta Munford.
Prevenção
A meningite bacteriana pode ser prevenida através da vacinação. Os imunizantes disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:
- Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
- Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.
- Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
- Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C;
- Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A,C,W e Y.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br