O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, chamou o acordo de cessar-fogo entre Gaza e Israel de uma “rendição” do país comandando por Benjamin Netanyahu e reafirmou o apoio contínuo de Teerã ao Hamas, de acordo com informações do ministério.
Em um telefonema na quinta-feira (16) à noite com Khalil al-Hayya, chefe do Hamas na Faixa de Gaza e chefe da delegação de negociação do movimento nas tratativas de cessar-fogo, Araghchi confirmou o apoio do Irã ao acordo e parabenizou o Hamas por sua “vitória” contra Israel.
Ele afirmou que a “resiliência do Hamas compeliu o regime ocupante [Israel] a se render e aceitar o acordo de cessar-fogo e a troca de prisioneiros”, segundo a declaração do Ministério das Relações Exteriores.
Em comunicado, o Hamas disse que al-Hayya agradeceu ao Irã e afirmou que a trégua foi alcançada em parte devido ao apoio do Irã – um dos principais aliados regionais do Hamas – durante a guerra, particularmente os dois ataques militares de Teerã a Israel no ano passado.
O gabinete de segurança de Israel votou nesta sexta-feira (17) para aprovar o acordo, de acordo com o Gabinete do primeiro-ministro. Agora, é necessária a aprovação completa do gabinete israelense, que conta com 33 membros.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza deve começar no domingo (19).
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde 2023, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br