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Mudanças da Meta: como ensinar seus filhos a não acreditar em tudo nas redes?

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Muitos pais já estavam preocupados com seus filhos sendo expostos a informações falsas e outros conteúdos prejudiciais nas redes sociais antes da decisão surpresa da Meta de dispensar seus verificadores de fatos.

Na terça-feira (7), a Meta anunciou o fim de suas parcerias de verificação de fatos para Instagram e Facebook nos Estados Unidos. Em vez disso, os usuários poderão escrever “notas da comunidade” em publicações que eles considerem problemáticas. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reconheceu que, como resultado da decisão, a empresa deve detectar menos “conteúdo ruim” publicado em suas plataformas.

Não é como se as plataformas de mídia social fossem todas verificadas e tivessem fontes confiáveis para as publicações dos usuários antes. Mas a decisão de Zuckerberg torna ainda mais importante que as crianças sejam ensinadas a distinguir no que devem ou não acreditar nas redes sociais.

Os pais também podem usar essa oportunidade para conversar com seus filhos sobre por que nunca devem compartilhar ou agir com base em alegações que veem online sem verificá-las primeiro.

Saiba os principais pontos para ensinar aos seus filhos sobre desinformação nas redes.

Confirme com a imprensa, não com influenciadores

Para descobrir se uma publicação nas redes sociais é precisa, a imprensa tradicional é um bom lugar para começar.

“Considere se outros veículos de notícias confiáveis e tradicionais estão reportando a mesma notícia”, disse James P. Steyer, fundador e CEO da Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos que ajuda pais e professores a desenvolver habilidades de pensamento crítico nas crianças. “Se não estiverem, não significa que não seja verdade, mas significa que você deve investigar mais a fundo.”

Para aprender a compreender a cobertura da mídia, os pais devem incentivar os filhos a “consumir mais notícias, não menos”, disse a Dra. Jingsi Christina Wu, professora associada de estudos de mídia da Universidade Hofstra em Long Island, Nova York, por e-mail. Você pode fazer isso lendo ou assistindo às notícias juntos e depois discutindo-as. Wu disse que quanto mais as crianças consomem notícias, mais elas desenvolvem a capacidade cognitiva de interpretá-las.

Ao avaliar publicações, Steyer disse que as crianças também devem ser ensinadas a considerar quem criou o conteúdo, se parecem confiáveis, quais podem ser suas motivações e quem pode se beneficiar ou ser prejudicado por isso.

Em particular, Wu disse que as crianças devem ser informadas que “seus influenciadores favoritos não são especialistas”. Os pais podem explicar que é “OK assistir seus TikTokers ou YouTubers favoritos pelo entretenimento, mas eles não são especialistas credenciados em fatos e têm seus próprios vieses sobre o mundo”.

Da mesma forma, crianças (e seus pais) não devem presumir que algo é verdadeiro simplesmente porque recebeu muitas visualizações ou curtidas. “Viralizar não é igual a ser verdade”, alertou Wu. Na verdade, ela disse: “Notícias falsas se espalham mais rapidamente aproveitando-se dos instintos humanos de compartilhar histórias anormais”.

Cuidado com erros de gramática, fotos manipuladas ou posts muito emotivos

Procurar por pequenos erros em ortografia e gramática é outra maneira de identificar publicações não confiáveis, disse Wu. Ela também sugeriu incentivar as crianças a olhar detalhes em fotos e vídeos em busca de sinais de manipulação. Por exemplo, uma mão com o número errado de dedos pode ser um indício de que foi a foto foi gerada por inteligência artificial, disse ela.

As crianças também devem considerar como sinal de alerta se um conteúdo provoca fortes emoções nelas, disse Steyer. “A desinformação é criada para obter reações extremas das pessoas”.

As crianças devem ser ensinadas a não consumir conteúdo impreciso ou extremista porque os algoritmos são projetados para mostrar às pessoas o que elas pensam que gostam — então quanto mais assistem ou interagem com determinados tipos de publicações, mais provável é que recebam mais conteúdo semelhante.

As crianças devem saber que, quando consomem conteúdo, os criadores frequentemente lucram com suas visualizações, disse a Dra. Devorah Heitner, autora de “Growing Up in Public: Coming of Age in a Digital World”. Isso acontece porque contagens mais altas de visualizações geralmente permitem que os criadores ganhem mais dinheiro com anúncios. É mais uma razão para evitar conteúdo falso ou problemático.

Quando falo com pais em escolas sobre como lidar com o uso das redes sociais por seus filhos, sugiro consumir juntos conteúdo de mídia social sobre tópicos que interessam às crianças. Por exemplo, se uma criança está interessada em se tornar veterinária, ela pode assistir a vídeos de zoológicos de todo o mundo. Então, mesmo quando os pais não estão presentes, os algoritmos provavelmente alimentarão a criança com postagens semelhantes.

Converse com seus filhos sobre o que eles veem

Wu disse que os pais também devem incentivar seus filhos a conversar com eles quando não tiverem certeza de como julgar se um conteúdo é preciso.

Mesmo que os pais suspeitem que seja falso, não é uma boa ideia dizer isso imediatamente. “As crianças podem se sentir julgadas ou desconsideradas se os pais simplesmente rirem ou descartarem todo o conteúdo online como falso ou não confiável”, alertou ela.

Em vez disso, Wu sugeriu que os pais pesquisem junto com seus filhos. “Essa abordagem mantém o diálogo aberto e também alivia o estresse de ter que saber tudo o tempo todo”, disse ela. “Também demonstra para as crianças que o aprendizado nunca para e que a alfabetização midiática é um músculo que precisa ser exercitado”.

Graças à nova política da Meta, provavelmente as crianças serão expostas a ainda mais conteúdo perigoso nas redes sociais. Mas os pais podem proteger os filhos ensinando-os a avaliar o que veem online, para que saibam no que acreditar e como evitar postagens problemáticas.

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Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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