Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras de Jeffrey Epstein, que alegou ter sido abusada pelo príncipe Andrew, está em “estado grave” no hospital depois que um ônibus escolar bateu no carro que ela dirigia em uma área rural da Austrália, disse seu porta-voz à CNN nesta terça-feira (1°), após a polícia contradizer sua versão inicial.
Em uma publicação no Instagram no domingo (30), Giuffre compartilhou uma foto de si mesma deitada em uma cama de hospital com o rosto coberto de hematomas. “Entrei em falência renal, me deram quatro dias de vida”, escreveu ela.
No entanto, as autoridades informaram à CNN que nenhum ferimento havia sido registrado após o acidente, e a família de Giuffre afirmou em um comunicado, por meio de sua representação nesta terça-feira: “Virginia achou que tinha postado (a mensagem) em sua página privada do Facebook.”
Giuffre foi uma das principais acusadoras do rico agressor sexual Jeffrey Epstein e, em 2019, alegou publicamente que Epstein a traficou e a forçou a ter relações sexuais com seus amigos, incluindo o príncipe Andrew, quando ela tinha 17 anos. Ela também afirmou que o príncipe sabia que ela era menor de idade nos Estados Unidos na época. O duque de York negou repetidamente as acusações.
Giuffre disse em sua publicação inicial no Instagram que um ônibus escolar “a 110 km/h” bateu em seu carro enquanto ela reduzia a velocidade para fazer uma curva.
A polícia da Austrália encaminhou à CNN um relatório sobre uma colisão “leve” entre um carro e um ônibus perto de Perth, em 24 de março, afirmando que “o carro sofreu aproximadamente US$ 2.000 em danos. Não houve relatos de feridos como resultado do acidente.”
Uma fonte com conhecimento da situação disse à CNN nesta terça-feira que Giuffre está internada em um hospital em Perth, mas não está em estado crítico.
Segundo a fonte, Giuffre tem os hematomas mostrados na foto publicada nas redes sociais, mas, até o momento, não informou ao hospital o que causou esses ferimentos.
Após ser contatado pela CNN para mais comentários, o porta-voz de Giuffre afirmou, em um comunicado atribuído à família dela, que “ela continua em estado grave enquanto recebe cuidados médicos.”
“No dia 24 de março, em uma área rural da Austrália, um ônibus escolar atingiu o carro em que ela estava”, disse seu porta-voz. “A polícia foi chamada, mas informou que não havia ninguém disponível para ir ao local. Eles perguntaram se havia feridos e sugeriram que, se houvesse, as pessoas deveriam se dirigir ao hospital.”
“O motorista do ônibus escolar tinha um veículo cheio de crianças, que ficaram abaladas pelo acidente, e deixou o local para levá-las de volta, dizendo que registraria um boletim de ocorrência, o que fez mais tarde. Virginia ficou machucada e com hematomas e retornou para casa”, continuou o porta-voz.
“A condição de Virginia piorou e ela foi internada no hospital. Sobre sua publicação no Instagram, Virginia achou que havia postado em sua página privada do Facebook”, acrescentou.
Em 2021, Giuffre entrou com um processo contra o príncipe Andrew por suposto abuso sexual.
No ano seguinte, Giuffre chegou a um acordo extrajudicial com o príncipe Andrew por um valor não divulgado.
Andrew posteriormente pagou o acordo, e os advogados de ambas as partes entraram com um pedido para que o processo fosse encerrado.
“O príncipe Andrew pretende fazer uma doação substancial para a instituição de caridade da Sra. Giuffre em apoio aos direitos das vítimas. O príncipe Andrew nunca teve a intenção de difamar a Sra. Giuffre e reconhece que ela sofreu tanto como vítima estabelecida de abuso quanto como resultado de ataques públicos injustos”, dizia a carta apresentada ao tribunal anunciando o acordo.
Epstein se declarou culpado em 2008 de acusações estaduais de prostituição e, em julho de 2019, foi indiciado por acusações federais de tráfico sexual. Os promotores o acusaram de conduzir um esquema de abuso sexual de menores por décadas, transportando-as em aviões particulares para suas propriedades na Flórida, Nova York, Novo México e nas Ilhas Virgens Americanas. Ele morreu por suicídio na prisão antes de enfrentar julgamento.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
