O advogado do general Braga Netto, José Luiz de Oliveira Lima, afirmou à CNN, nesta terça-feira (24), que não há provas de que o militar teria “tentado obter informações sobre o teor da fala do tenente-coronel Mauro Cid”, motivo pelo qual ele foi preso preventivamente, no dia 14 de dezembro, pela Polícia Federal.
“As provas não dizem que o general Braga Netto teria tentado obter informações sobre o teor da fala do tenente-coronel Mauro Cid. A Polícia Federal distorce o que está nos autos, não tem nenhum documento, que diga, com segurança, que ateste com rigidez, que o general quis obter informações da delação mentirosa de Mauro Cid”, disse José Luiz.
O tenente-coronel Mauro Cid declarou, em depoimento no dia 5 de fevereiro de 2024, que Braga Netto e “outros intermediários” procuraram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, por telefone para saber informações sobre a colaboração premiada.
Segundo a Polícia Federal, a liberdade do coronel poderia representar risco à ordem pública, visto que ele poderia cometer novos atos que gerariam interferência na investigação.
Prisão
Braga Netto foi preso no âmbito das investigações que apuram uma tentativa de golpe após a eleição de 2022. Ele é suspeito de obstrução de Justiça.
O general teria tentado obter dados da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão.
A decisão de Moraes diz ainda que os desdobramentos da investigação revelaram “verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento” de Braga Netto nos planos golpistas.
Após passar por audiência de custódia, a prisão de Braga Netto foi mantida. Ele ficará detido no Comando da 1ª Divisão de Exército, que integra o Comando Militar do Leste (CML), no Rio de Janeiro.
Depoimento
A defesa de Braga Netto declarou ainda que pediu à Polícia Federal que o general fosse ouvido no mérito, visto que ele só teve a audiência de custódia até o momento.
“Eu pedi o depoimento do general, ele precisa ser ouvido, precisa falar perante as autoridades a sua versão sobre os fatos”, afirmou José Luiz. O requerimento de depoimento ainda não foi aceito ou marcado, segundo o advogado.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br