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“Nunca soube de tirano anunciar ser contra a democracia”, diz Cármen Lúcia

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ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta terça-feira (20), que na história, nem o “mais louco tirano”, anunciaria que seria “contra a democracia”, durante o julgamento que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 10 pessoas do chamado “núcleo 3” na tentativa de golpe.

“Eu nunca soube na história do mais louco tirano resolver que anunciaria que era contra a democracia. Eles são a favor da democracia sem povo. E aí não dá certo, porque a democracia é o governo do povo”, afirmou a ministra.

De acordo com as investigações, o grupo era responsável pelas ações táticas do suposto plano golpista, incluindo exercer pressão sobre o alto comando das Forças Armadas para aderirem ao golpe de Estado.

Cármen continuou argumentando que o “populismo” permanece, ainda mais no meio digital.

“Esse tipo populismo se repete, só que agora com efeitos exponencialmente mais graves porque ele usa dessas redes digitais e consegue quase uma conversão a um discurso, ainda que inexistente, fraudulento, ou mentiroso, como foi o caso”, concluiu.

Núcleo 3

A Primeira Turma do STF formou maioria para tornar réus 10 dos 12 denunciados do chamado “núcleo 3” da denúncia da PGR.

Pela primeira vez, o ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso, rejeitou a denúncia contra dois dos denunciados. Ele foi acompanhado, na íntegra, pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

“A tipicidade em relação a Cleverson Ney e Nilson Rodrigues não apresentam respaldo no documento probatório. Não se verifica aqui nos autos indícios mínimos da ocorrência do ilícito criminal em relação a ambos”, alegou Moraes.

De acordo com a Procuradoria-Geral, os 12 investigados do terceiro núcleo são responsáveis pelas ações táticas do suposto plano golpista, incluindo exercer pressão sobre o alto comando das Forças Armadas para aderirem ao golpe.

Eles são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Veja quem são:

  • Bernardo Correa Netto, coronel preso na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal;
  • Cleverson Ney, coronel da reserva e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  • Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército e supostamente envolvido com carta de teor golpista;
  • Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;
  • Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército;
  • Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército e integrante do grupo “kids pretos”;
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército acusado de participar de discussões sobre minuta golpista;
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel;
  • Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.

 

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

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