Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla discutiram, nesta terça-feira (25), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se as defesas atingiram o objetivo durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) do plano da tentativa de golpe de Estado.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou hoje o julgamento do caso, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas acusadas em um primeiro núcleo.
A análise será retomada nesta quarta-feira (26), com a votação sobre o recebimento ou a rejeição da denúncia.
Cardozo defende que houve uma clara desarmonia em alguns pontos das defesas.
“O ponto central da discordância foi justamente a delação do [Mauro] Cid. Houve duas linhas, uma para desqualificar a delação e outra para não desqualificar, mas utilizar em proveito de alguns réus”, disse Cardozo.
“Ou seja, não houve uma unicidade nas defesas. Isso é um dado importante porque mostra que ao longo da instrução processual, que pode começar se a denúncia for aceita, os defensores e os réus podem ter interesses contrapostos, isso poderá ser uma realidade deste processo”, prosseguiu.
Coppolla entende que o objetivo das defesas foi alcançado.
“Nós estamos diante de uma inversão perversa do instituto da delação premiada. Antes, com base nas palavras do delator, o Estado ia buscar as provas. Agora, com base nas ‘provas’ do Estado, é o delator que deve buscar suas próprias palavras”, opinou Coppolla.
“Os advogados dos perseguidos do 8 de janeiro expuseram os métodos arbitrários da PGR e do STF para condenar seus adversários políticos: mudanças casuísticas de jurisprudência, formação de um tribunal de exceção, produção de provas sob coação e cerceamento de defesa”, finalizou.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br