Nos últimos anos, e principalmente nos últimos meses, a inteligência artificial (IA) ganhou destaque social, impulsionada por grandes empresas que tornaram suas ferramentas acessíveis a qualquer pessoa, como o ChatGPT (OpenAI) e o Gemini (Google). Contudo, outra tecnologia desse mesmo segmento ainda passa despercebida pela maior parte dos usuários, apesar de seu enorme potencial para revolucionar o setor: os agentes de IA.
Com os avanços dos grandes modelos de linguagem, alguns especialistas acreditam que a chegada da inteligência artificial geral (AGI) está cada vez mais próxima. A principal diferença entre uma AGI e as IAs convencionais é que a primeira possui uma compreensão ampla e consegue realizar diversas tarefas de forma autônoma. Já as IAs atuais são limitadas a funções específicas, como gerar textos, imagens e vídeos.
Alguns pesquisadores apontam que agentes de IA podem representar um passo na direção da AGI, pois conseguem executar tarefas de forma mais independente dentro de contextos definidos — ainda assim, muitos estudiosos acreditam que estamos longe de alcançar a AGI.
Diferente do ChatGPT, que responde com base em interações diretas com usuários, um agente de IA pode operar de maneira mais autônoma, planejando ações para atingir objetivos específicos. Porém, esses sistemas ainda possuem muitas limitações e não demonstram a generalização cognitiva esperada para o que poderia ser considerado uma inteligência artificial geral.
O que é um agente de IA?
Segundo a Microsoft, os agentes de IA não são uma novidade recente, pois já vêm sendo estudados há algumas décadas. Porém, o tema ganhou mais destaque nos últimos anos devido aos avanços dos grandes modelos de linguagem (LLMs).
Esses agentes podem trabalhar em conjunto com os LLMs para tornar as ferramentas de IA mais eficientes e ampliar sua capacidade de executar tarefas de forma autônoma.
A principal diferença entre um agente de IA e uma inteligência artificial está na autonomia e na capacidade de agir de forma independente. Enquanto IAs generativas, como o ChatGPT, produzem conteúdo com base em entradas específicas (prompts), os agentes de IA podem tomar decisões, interagir com sistemas e executar tarefas sem depender de comandos diretos dos usuários.
Em resumo, ambos usam a mesma tecnologia, mas as inteligências generativas operam de forma mais passiva.
Para executar tarefas de forma autônoma, os agentes de IA podem utilizar:
- Aprendizado de máquina;
- Processamento de linguagem natural;
- Redes neurais;
- Entre outras abordagens.
A partir dessas técnicas, eles analisam diferentes cenários para tomar decisões e buscar o melhor resultado dentro dos parâmetros definidos.
Ao desenvolver um agente de IA, um especialista define suas funções e os critérios para tomada de decisão. Dependendo do seu nível de sofisticação, o agente pode analisar diferentes possibilidades e selecionar a ação mais adequada dentro dos parâmetros programados.
Por exemplo, especialistas podem desenvolver um agente para analisar estratégias empresariais e sugerir melhorias com base em dados em tempo real. Outro caso prático é a aplicação no atendimento ao cliente, no qual um agente pode atuar como assistente virtual para responder perguntas e resolver solicitações de forma automatizada.
Apesar de funcionar de maneira automatizada, seu nível de autonomia depende da tecnologia utilizada. Assim, ele poderia seguir fluxos predefinidos ou empregar aprendizado contínuo para melhorar suas respostas ao longo do tempo.
Regulação de agentes de IA
Assim como a inteligência artificial, os agentes de IA também estão no centro do debate sobre a regulamentação desse setor. Muitos especialistas defendem a criação de normas específicas para evitar usos inadequados, restringir a autonomia total dessas tecnologias em determinadas áreas e definir limites éticos.
Um dos temas mais discutidos é o uso de IAs autônomas em sistemas de armamentos, pois falhas inesperadas poderiam causar consequências desastrosas.
O assunto é debatido em todo o mundo. No Brasil, o Senado Federal aprovou a regulamentação das IAs no Brasil no fim de 2024, mas seguiu para aprovação na Câmara. O texto propõe estabelecer regras para proteger a população contra possíveis falhas e garantir direitos aos artistas, que ainda não possuem respaldo legal sobre o uso de suas obras.
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Fonte: www.cnnbrasil.com.br